Por Erivaldo Brito*
DEPOIS DE DEZOITO ANOS de haver sido criado nos Estados Unidos da América o consagrado Dia das Mães, o presidente brasileiro Getúlio Vargas resolveu adotá-lo, também, em nosso país. Neste domingo, 13 de maio, portanto, completam-se 80 anos de comemorações para alegria não apenas das famílias brasileiras, mas, para o sempre crescente comércio varejista que só perde em vendas para o Natal.
Quando eu era menino de calças curtas, a saudosa professora Wanda (que veio a casar-se com o comerciante Adolpho Gottschall), a mais jovem do Corpo Docente do colégio em que eu estudava,decidiu que fosse eu o encarregado para declamar o famoso (na época) poema de Coelho Neto: “ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração”, na homenagem que se pretendia prestar às mães. Sai-me bem, porque fiquei com o encargo de declamar em outra ocasião, o “Espumas Flutuantes” de Castro Alves. Eu acabei não decorando todos os versos, foi um vexame, mas, isso não vem ao caso, agora.
Antes mesmo de “padecer no paraíso”, como disse o poeta, as mães são portadoras do segredo de entender os seus bebês nas suas mensagens corporais e quando choram. Dizem - e eu acredito – que, a relação entre mãe e filho transcende os limites impostos pela morte, pois, de alguma forma, continuam conectados para sempre.
As mamães dos dias atuais não são apenas “do lar” como antigamente. Elas são respeitadas profissionalmente e estão ocupando áreas antes consideradas “exclusivas para homens”. Meticulosas e cumpridoras de suas obrigações, elas já são maioria nos supermercados, lojas, shopping, bancos, repartições pública etc. Não precisa estar ligado para perceber isso. Porém, se reconhecidas profissionalmente, elas percebem salários inferiores aos pagos aos homens, essa é a dura realidade e uma injustiça que urge uma solução do Poder Feminino que se instalou na República brasileira. Ou estou errado?
Os valores morais, de família e religiosos que todos adquirimos, em grande parte nos são passados pela figura materna que atua como legítima pilastra de sustentação da sociedade. Sem esses elementos essenciais, sem essas pilastras de sustentação, o risco é muito grande de o indivíduo soçobrar fragorosamente.
Domingo, dia 13 de maio, Dia das Mães. Na minha terra é dia de feijoada e de maniçoba para reunir em casa toda a prole, demais familiares e agregados. Recepção em casa é um hábito nordestino. Aqui no Rio é dia de restaurantes cheios, de longas filas de espera para um almoço ajantarado, de conversas em tom mais elevado depois de umas e outras, interrompidas pelo toque do mal-educado celular.
Na periferia vai ter, com certeza, churrasco na laje, gente falando também alto à medida que as garrafas de cerveja vão sendo consumidas, de sonoras gargalhadas e discussão futebolísticas audíveis em todo o quarteirão.
Abraço virtualmente todas as Mães que eu conheço, sobretudo as novas mamães, Marianne e Rose, volvendo o meu pensamente para a mãe que foi a minha saudosa esposa, Luiza, congratulando-me com Lêda, minha ex-esposa e mãe dos meus filhos baianos e minha própria mãe, Ester, mulher semelhante à homônima bíblica que é símbolo de luta e perseverança e que, mercê de Deus, estará completando noventa aninhos no próximo mês de junho.
Eu sou um sujeito de sorte porque tive duas mães: a de criação (que já está na Glória) e a biológica.
*Erivaldo Brito é filho da cidade histórica da Cachoeira/BA, advogado, radicado na cidade do Rio de Janeiro/RJ
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