segunda-feira, 7 de maio de 2012

A CACHOEIRA NA MEMÓRIA DA CORTE IMPERIAL DO BRASIL

O Imperador e o engenheiro cachoeirano



Por Erivaldo Brito*



DOM PEDRO II era amigo pessoal do engenheiro cachoeirano André Pinto Rebouças, um intelectual com quem o Monarca brasileiro gostava de trocar ideias e conversar em outros idiomas.
O chefe supremo na nação era um estadista de larga visão, até porque conhecia quase todos os países do mundo. O Brasil foi o primeiro país do mundo onde foi instalada a grande maravilha moderna: o telefone.
Em 1861, - há 151 anos volvidos, portanto -, o Imperador criou a Caixa Econômica da Corte, voltada, sobretudo para “receber pequenas economias das classes menos abastadas”. Era a Caderneta de Poupança, com rendimentos de 6% ao ano, de acordo com o Decreto n° 5.594 de 18 de abril de 1874. Esse dinheirinho guardado serviu para alforriar muitos escravos, enquanto a outra caderneta era usada para quem comprava fiado no Armazém.
Em pleno funcionamento de ambas as cadernetas (cartão de crédito é coisa nova), uma tal de Zélia Cardoso, a poderosa ministra da Economia, ao se enrolar toda para tentar explicar o miraculoso Plano Collor, congelando por dezoito meses os depósitos no Banco Central. Era o famigerado “Confisco da Poupança” que ninguém esqueceu e a ministra se pirulitou para os Estados Unidos da América, depois do impeachment do seu chefe.
Em dias desta semana, a presidente Dilma anunciou uma nova mexida na Poupança da Caixa. Não sabemos, ainda, qual será a reação da patuleia que, como sempre,vai fica no “preju”.
A minha vizinha boazuda do 1006, que poderia candidatar-se ao título de “Mulher Melancia”, ”Melão” ou “Jaca”, conversava comigo sobre o assunto. Quanto chegamos à portaria, eu gentilmente abri a porta do elevador e ela saiu rebolando dizendo:
- Antes que mexam na minha popança eu vou raspar tudo!
Retornando a D.Pedro II e André Rebouças, no dia 5 do corrente, nas escavações realizadas para as obras de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, encontraram a pedra fundamental com a data da inauguração da obra, 15 de setembro de 1871, lavrada pelo engenheiro cachoeirano. O bloco de granito pode conter no seu interior documentos, moedas e peças da época da construção.
O prédio das Docas ainda existe. À época era conhecida como Armazém Docas D. Pedro II, e o diretor da Alfândega era o engenheiro Rebouças, um abolicionista atuante que proibiu que fosse usada mão de obra de escravos. E ele podia fazê-lo porque tinha o respaldo do Imperador, seu amigo pessoal.
Contam que, numa determinada festa promovida por D.Pedro II, André Rebouças aproximou-se de uma dama pedindo-a para dançar. A moça simplesmente o recusou alegando estar cansada. Sempre atento, o Imperador, de braços dados com a sua filha, Isabel, aproximou-se dele falando para que todos ouvissem: - Doutor Rebouças, quer dar-me o privilégio de dançar com a minha filha? Quando o Imperador foi deposto, André Rebouças seguiu com a Família Imperial para o exílio, não mais retornando ao Brasil.



















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