Roque Pinto; amigo de fé, irmão, camarada
Por Erivaldo Brito
“O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável,mas há um amigo mais chegado do que um irmão” - Provérbios 18:24
NA SEGUNDA-FEIRA bem cedinho, liguei para o fabrico na certeza de que iria encontrá-lo. Ao ouvir o seu “alô” respondi de forma entusiasmada: Saudações tricolores! E ele, com aquela voz mansa exclamou: “Meu irmão, estava pensando justamente em ligar pra você!” Estávamos comemorando jubiloso o título do campeonato carioca conquistado pelo Fluminense, nosso time do coração.
Na nossa animada e prolongada conversa, ele fazia comparações entre as novas revelações de Xerém com antigos jogadores amadores da nossa cidade. Ele se lembrou de quando dirigia o Flamenguinho e de um jogo em especial, quando o Real (de Felisberto Gomes,”Briô”), jogou reforçado com o veloz e arisco “Vaduca”. Ele que era dublê de técnico e dirigente, no intervalo, recomendou que o atacante “Du”, irmão do goleiro “Ceguinho”, recuasse para anular “Vaduca”.
“Du” argumentou que ainda não havia feito o seu gol mas, atendeu a seu pedido, ocupando a sua posição como atacante Arlindo Tinoco que era ruim de bola mas, tinha lugar garantido por ser irmão de Moacir “Réu”, jogador que ele considerava melhor do que “Dedé” do Vasco. Despedimo-nos. Jamais passou pela minha cabeça de que fosse aquele o nosso último telefonema. No dia seguinte, o “meu irmão”, como ele gostava de enfatizar estaria se despedindo da vida terrena.
A notícia chegou-nos como chegam e vão-se todas as coisas. Pensei escrever um breve panegírico a fim de homenageá-lo, meu irmão. Não tive condições emocionais de fazê-lo, ainda, por isso faço minhas as palavras do poeta: “qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar.
Qualquer dia, amigo ,a gente se encontra” coroando o velho e bem comum provérbio latino: Hodie mihi,cras tibi!
*Erivaldo Brito, cachoeirano, advogado radicado na cidade do Rio de Janeiro/RJ
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