A REGULARIDADE MAÇÔNICA ATRAVÉS DO TEMPO
Por Elias Mansur Neto*
Discute-se muito no meio maçônico a questão da Regularidade. Hoje no Brasil, além do GOB, COMAB e CMSB existem outras dezenas de Potências menores, Potências estas constituídas de maçons honrados, estudiosos, produtivos, fraternos, solidários entre si e participativos na comunidade em que estão inseridos.
Não fosse a questão da "Regularidade" a maçonaria brasileira não estaria tão desunida e improdutiva. Com certeza, haveria solidariedade e fraternidade entre irmãos maçons. Em nome dessa pretensa "Regularidade", as potências mais antigas e com maior número de filiados proíbem a visitação de maçons não filiados à suas Lojas, o que acaba resultando em discriminação de maçom contra maçom, prática completamente equivocada em nossa instituição.
Sabemos que nossa Ordem não pode ficar prisioneira do tempo, ela tem que avançar na medida em que avança o conhecimento humano. Sabemos também que precisamos nos atualizar e que toda atualização que, por acaso, tenha que ser feita, terá que passar pelo crivo da inteligência.
A Regularidade tem sido um conceito mal formulado e mal compreendido. A grande Loja Unida da Inglaterra "finca o pé" nos 08 pontos estabelecidos em 1929, e uma tímida reforma dos mesmos em 1989. Esses oito pontos são bons e nos permitem, de uma maneira geral, praticar uma boa maçonaria.
Entretanto, além de não serem a única alternativa para a prática da maçonaria, alguns deles precisam ser questionados. Um deles é o que
obriga as Lojas Maçônicas estarem filiadas a uma Potência central, no caso a Grande Loja Unida da Inglaterra.
Os maçons operativos que atuaram no século XVII e que nos brindaram com suas leis e tradições não precisavam se submeter a uma Potência Central para praticar a maçonaria. Trata-se, portanto, de uma regra dispensável.
Na época da maçonaria operativa, os maçons não precisavam estar filiados a uma Potência Central, não havia esta discussão sem sentido em torno das palavras "regularidade" e "irregularidade". O conceito de "regularidade" era simples e direto: os grupos de maçons regulares eram aqueles que praticavam uma filosofia baseada na solidariedade e na fraternidade, deveriam se comunicar por toques sinais e palavras, deveriam usar os símbolos para expressarem a filosofia e os
conhecimentos maçônicos, deveriam ter sido iniciados por maçons oriundos de uma loja de construtores já constituída e conhecida, deveriam
interagir no sentido de se tornarem pessoas melhores e no sentido de serem solidários e participativos na comunidade em que estavam inseridos. Isto era e é a REGULARIDADE MAÇÔNICA.
A autoconfiança dos membros dessas jovens Potências deriva da certeza de estarem utilizando bem os conhecimentos que lhes foram legados pelos nossos antepassados e de estarem praticando uma maçonaria fundamentada na solidariedade, na liberdade e na fraternidade.
Felizmente este conceito correto de Regularidade está muito bem plantado nas consciências dos milhares de maçons que compõem as dezenas de
jovens potências maçônicas espalhadas pelo Brasil. E, por este motivo, prosseguem tranqüilos em sua caminhada, continuam trabalhando exercendo.
*Elias Mansur Neto/Loja Maçônica Cavaleiros Templários-Belo Horizonte, MG/Emulation Rite
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