Rio de Janeiro, 17 dez (EFE).- Joãosinho Trinta, que revolucionou o carnaval do Rio de Janeiro ao introduzir mulheres nuas e alegorias grandiosas nos desfiles das escolas de samba, morreu neste sábado aos 78 anos.
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O carnavalesco morreu em um hospital de São Luis, capital do Maranhão, sua cidade natal, por choque séptico e infecção generalizada, e apresentava quadro de pneumonia e infecção urinária, razão pela qual estava internado há duas semanas.
Joãosinho Trinta trabalhou por 40 anos em diferentes escolas de samba, sendo 17 na Beija-Flor, com a qual ganhou cinco carnavais e revolucionou os desfiles da Marquês de Sapucaí ao usar pela primeira vez carros alegóricos de mais de 10 metros de altura, abarrotados de decorações luxuosas.
A Beija-Flor também foi a primeira a trazer para a avenida mulheres com os seios descobertos, em 1978, e pouco depois, um nu integral.
Por este motivo, o carnavalesco recebeu duras críticas das demais escolas de samba, antes de passar a ser imitado por todas elas, que incorporaram suas inovações em seus desfiles.
De espírito transgressor, Joãosinho Trinta enfrentou a Igreja Católica por tentar retratar a miséria do povo brasileiro em 1989 com um carro alegórico coroado com uma imagem do Cristo vestido de mendigo.
A imagem foi censurada e desfilou pelo Sambódromo tapada com papel preto, com a frase "Mesmo proibido, olhai por nós".
A Beija-Flor prepara há meses seu desfile para o carnaval de 2012, que será dedicado ao estado do Maranhão e lembrará Joãosinho Trinta com uma estrofe de seu samba-enredo.
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