RIO DE JANEIRO/RJ E CACHOEIRA/BA

Fonte da Foto: cacaunascimento.com

OPINIÃO

A milenar arma do sexo

Por Erivaldo Brito

Desde os tempos bíblicos, faz parte da estratégia feminina usar a voz dengosa, a sedução, usar o próprio corpo a fim de alcançar os objetivos por elas almejados. Usar o sexo então...

Tenho a lembrança muito viva das minhas irmãs, Lilita e Dira, ainda adolescentes, conversando entre elas, de que fulano e beltrano estavam se aproximando querendo namorá-las, Era “pau casca”, como se dizia na época quando as coisas se confirmavam. Era a tão propalada intuição feminina.

Ao longo dos anos, desde os tempos medievais, o corpo feminino foi retratado pelos grandes mestres da pintura mundial, a sedução feminina cantada em versos e prosas, então, amigos, por que tanta polêmica por causa de um simples comercial de determinada lingerie protagonizado pela famosíssima modelo Gisele Bündchen, (lindíssima, concordo, porém, não a classifico como sendo mulherão gostosa), em que a citada modelo usa do poder de sedução inerente às mulheres a fim de que o suposto marido não brigue com ela? Qual é o marido que nunca foi seduzido pela sua esposa, por vezes até conscientemente? Havia mesmo a necessidade da ministra Iriny Lopes, da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres meter o bedelho pedindo a suspensão do comercial em questão? Sabe no que deu? O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, -Conan-, decidir por unanimidade votar pelo arquivamento do processo. Então, quando você estiver lendo este artigo, o comercial já terá voltado ao ar. A ministra tomou um a zero !

Um a zero também vai tomar a nova autoridade policial da Cachoeira, na sua pretensão de fechar o brega, conforme li neste conceituadíssimo blog, bem como a corajosa defesa pela sua manutenção por parte do jovem diretor de O Guarany, Luciano Borges, que possui uma propedêutica mais analítica que o locutor que vos fala.

Lembrei-me agora de um conto da lavra de Humberto de Campos, membro da Academia Brasileira de Letras, sob o pseudônimo de “Conselheiro XX”. A trama se dá quando um novo delegado de polícia assume a titularidade, tomando como ação moralizadora, por ser obviamente mais fácil, cadastrar todas as prostitutas da localidade, como deveriam se vestir, estabelecendo inclusive o horário de funcionamento dos bordeis.

Inicialmente colocou as meretrizes em fila indiana, a fim de organizar melhor. Nisso, vai passando uma velhinha que pergunta a um cara que ia passando: “Meu fio descurpa se má te progunto, pra que selve aquela fila?” Sabem o que foi que o gaiato respondeu ? “Estão distribuindo balas, caramelos, queimados e outras guloseimas !”

Pois é, pois é, pois é ! a pobre coitada da velhinha acreditou !!! E foi pra fila, enquanto o doutor delegado continuava a sua faina com indisfarçável prazer e compenetração de autoridade. Ao chamar “a próxima”, escutou uma voz familiar. Levantou a cabeça e, atônito, deparou-se com aquela que havia sido inclusive sua babá. Com a voz trêmula perguntou: “O que é que a senhora está fazendo aqui Mãe Preta ?!” E a velhinha cheia de atitude respondeu: “ Ioiô, eu tô véia, mas ainda gosto de dar umas chupadinhas !”