Quando acordei na manhã do domingo, dia 11 de setembro, tentei encontrar em uma das gavetas desarrumadas da minha memória, alguma coisa efetivamente interessante para escrever para os fiéis ledores de O Guarany sobre o atentado terrorista ao World Trade Center, daquele fatídico 11 de Setembro de 2001, afinal, nas várias crônicas que andei lendo, nas emissoras de rádio, no “Fantástico” da Globo, nos especiais do Discovery e History Channel, todo mundo se lembrava onde estava, o que fazia, enfim, aquele espetáculo de suspense e emoção tão a feitio dos nossos irmãozinhos norte-americanos. Talvez, sem querer querendo, - como dizia o Chapolin Colorado -, retroagi a tempos anteriores ao adolescente que amava os Beatles e os Rolling Stones, era o garoto magricela que adorava imitar Bob Nélson, o “vaqueiro lá do Oeste” que cantava à moda dos tiroleses.
O dia 11 de setembro daqueles tempos no meu saudoso sobrado 13, era um dia especialíssimo, visto tratar-se da data genetlíaca da “titia” Yazinha, a primogênita dos Soares, emérita professora de piano.
Naqueles dias, os alunos e alunas promoviam o que chamavam de “manifestação”, com direito a declamação de poemas, discursos, sarau com execução de pequenas peças musicais, destacando-se dentre essas, composições de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth.
A presença da Filarmônica Minerva, - em cuja Corporação o meu tio, Dió, tocava pistão -, sempre se fazia presente, tornando-se a festa dançante para alegria dos adultos. Para mim, no entanto, o melhor da festa estava nos preparativos, pela oportunidade de brincar o dia todos com amigos fraternos como, Tó, filho do professor Salvador; Clóvis, filho de dona Diva Schimidt, e, Nevile, chamado carinhosamente por Bubu, filho de seu Lamartine e criado pela sua tia, Eti.
Mas, meus amigos, a minha história sobre o 11 de Setembro, volvidos, já, uma década,teve início na sala em que eu trabalhava na Radio Difusora Boas Novas, em Vila Isabel. Havia acabado de redigir a pauta do “Jornal Falado RBN” que estava sendo apresentado pelo locutor Nílson Chaves, quando o monitor do meu computador começou a exibir a imagem de uma das Torres Gêmeas pegando fogo. Juro que pensei tratar-se de algum filme de ficção. Sentei-me para fixar-me melhor. As informações passadas pelo tradutor da CNN, naquele momento, eram que, “aparentemente”, o incêndio se irrompeu devido “a uma colisão de um avião”, quando um outro avião bateu na outra torre. Cessavam-se as dúvidas. Tratava-se de um atentado terrorista !
O mundo inteiro prostrou-se de joelhos, perplexo, com a única certeza de que, em nenhum lugar do planeta havia mais segurança.
A partir daquele dia, tomei conhecimento de um tal de Osama Bin Laden, Talibãs e outros grupos terroristas, além da Rede de Televisão al-Jazeera.
E assim se passaram dez anos, - como dizia o bolero cantado por Emilinha Borba- , mas na minha cabeça desconfiada, ainda não caiu a ficha direito. Por exemplo; como é que a maior potência do mundo, o FBI, nenhum Serviço Secreto sabia ou desconfiou de nada ? Será que sabiam do atentado e deixaram acontecer sem dimensionar a sua magnitude, a fim de servir de álibi para legitimar a equivocada politica de guerras do ex-presidente Bush ?
Na impossibilidade de sabê-lo – e talvez nunca se venha a saber -, sem querer alimentar a tese conspiratória, tenho de reconhecer que o ex-presidente Bush vai continuar gozando do “benefício da dúvida” do jargão jurídico latino, in dúbio pro reo.
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