sexta-feira, 20 de maio de 2011

CONDENAÇÃO OU PRÊMIO?

Strauss-Kahn receberá indenização de
R$ 403 mil e pensão vitalícia do FMI

Pensão pode chegar a até R$ 513 mil e não será suspensa

se ele for considerado culpado

Richard Drew/19.05.2011/AFP

Pensão de Strauss-Kahn pode chegar a até R$ 565 mil,

mas FMI diz

que valores estão sendo "superestimados"



O ex-diretor-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, receberá uma indenização equivalente a R$ 403 mil (cerca de US$ 250 mil), além de uma pensão vitalícia cujo valor não foi especificado. A verba faz parte do contrato que ele havia assinado com a entidade, da qual se desligou de maneira repentina. O FMI confirmou as informações nesta sexta-feira (20).

Dominique Strauss-Kahn foi preso no último sábado, acusado de tentar estuprar uma camareira do hotel onde estava hospedado em Nova York. Ele deve ser liberado nesta sexta após o pagamento de uma fiança milionária. Será a primeira vez que o francês, acusado de agressão sexual, se encontrará com sua família desde que foi detido.

Alguns veículos de comunicação diziam que a indenização poderia chegar a R$ 565 mil (cerca de US$ 350 mil), informação desmentida pelo FMI. Os números que a imprensa forneceu sobre a pensão anual e outros bônus “foram superestimados”, disse o organismo em comunicado.

- A pensão anual que [Strauss-Kahn] receberá nos próximos anos será muito, muito inferior a esse número.

Segundo os termos do contrato que Strauss-Kahn assinou quando assumiu o cargo em novembro de 2007, disponível no site do órgão, ele tem direito de participar dos planos de pensões do FMI, assim como qualquer funcionário que tenha trabalhado no fundo por pelo menos três anos.

Segundo a rede de TV americana ABC News, pelo salário, a pensão que ele receberia seria de até R$ 407 mil (ou em torno dos US$ 252 mil). Entretanto, de acordo com a rede de notícias CNBC, nestes três anos seu salário aumentou pela inflação, e por isso esse valor poderia chegar a R$ 513 mil ao ano (o equivalente a US$ 318 mil anuais).

Processo em curso

A pensão não será suspensa mesmo se Strauss-Kahn for considerado culpado. Ele recebeu na quinta-feira (19) a liberdade sob fiança de R$ 1,6 milhão (ou US$ 1 milhão) e ficará em prisão domiciliar até seu julgamento.

Na quarta-feira (18), o FMI emitiu um comunicado de Strauss-Kahn no qual anunciava sua renúncia e negava “com a mais absoluta firmeza” todas as acusações feitas contra ele.

Segundo o comunicado, ele abandonava o cargo “com uma infinita tristeza” e pensando, em primeiro lugar, em sua mulher, seus filhos, outros parentes e amigos. Strauss-Kahn acrescentou que tomava esta decisão por querer proteger o FMI, “ao qual serviu com honra e devoção”, e “especialmente”, por querer dedicar toda sua força, seu tempo e sua energia “a provar sua inocência”.

Executivo saiu do banho e atacou a camareira

Os investigadores dizem ter provas físicas - incluindo um exame médico efetuado imediatamente após a denúncia - que comprovariam a tentativa de estupro.

De acordo com seu depoimento, a camareira teria entrado no quarto do hotel acreditando que ele estava vazio, mas Strauss-Kahn estava no banheiro tomando banho. Ao sair, ele "a cercou por trás e a tocou de maneira inconveniente" e "a obrigou a cometer um ato sexual", alegam.

Strauss-Kahn deixou o hotel rapidamente, mas acabou sendo detido a bordo de um avião quando tentava voltar à França. Strauss-Kahn, de 72 anos, nega todas as acusações e será julgado em 6 de junho. Ele nega todas as acusações.


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