sexta-feira, 15 de abril de 2011

HERÓI OU HERÓIS

"Todos os santos dias, tempos policiais herois atuando diariamente com intuito de proteger a sociedade, pena que a imprensa faz pouco caso."

Silva Costa

Quando se fala em polícia, vem instantaneamente a cabeça da população a ideia de um órgão repressor. Essa concepção que se instalou desde a tenra idade do indivíduo tem dificultado, ao longo dos anos, a relação polícia versus cidadão. Muitos estudiosos defenderam ou defendem a ideia da polícia como aparelho repressor do Estado.

A Constituição Federal de 1988 denominada de Constituição cidadã inclui a polícia no programa de segurança pública do Estado relacionando as suas várias modalidades e destacando as suas competências. O que podemos observar nos dias atuais é a preocupação na formação de uma polícia cidadã voltada para o diálogo com a comunidade, o exemplo são as UPPS no Rio de Janeiro, que não são apenas base da Polícia Militar montada em locais violentos , mas mais do que isso, além de oferecer segurança à população apoiam projetos culturais sociais e de capacitação profissional. Com o triste episódio recente que aconteceu na escola de Realengo Rio de Janeiro e que chocou todo o país, foi suscitada uma discussão na nossa sociedade sobre a valorização do trabalho policial. Pude ouvir de uma criança que assistia ao noticiário o seguinte comentário “quando eu crescer quero ser igual a ele” referindo-se ao policial militar que conseguiu salvar a vida de outras crianças dentro da escola. A figura do “herói” delegada ao SGT PMRJ Márcio e sua guarnição nos possibilita uma reflexão sobre o fato junto à população brasileira e principalmente em relação as nossas crianças. Parte dessas crianças, especificamente as que moram em bairros denominados periféricos, possuem como referência de construção de “identidade”, na maiorias dos casos pela ausência do Estado, o traficante do seu bairro. A bravura desses policiais militares que foi mostrada e divulgada pela mídia foi de grande proporção devido à gravidade do fato. Mas sabemos que todos os dias existem heróis e heroínas que saem das suas casas, deixam suas famílias para o combate diário da violência que é alarmante no nosso país. Esses Heróis ocultos apesar do baixo salário que recebem e da falta de condições de trabalho são essenciais para a manutenção da ordem pública, eles são acionados no último degrau da escada quando o Estado falhou e deixou de cumprir o seu papel nos primeiros degraus. Realmente, esses policias militares do Rio de Janeiro são motivos de orgulho, muitos dizem que eles fizeram o que tinha de ser feito de acordo a sua profissão, mas sabemos que muitos policiais não fariam o que eles fizeram naquele momento difícil de tomada de decisão. Precisamos de exemplos positivos na formação das nossas crianças e dos nossos jovens. Espero ouvir de outras crianças o que ouvir dessa criança (não nessas condições tristes de morticínio é claro) só que dessa vez não se referindo apenas a dois ou três policiais destacados pela imprensa ( o que é justo), mais também se referindo a todos aqueles bons policiais que são verdadeiramente heróis ocultos que deixam suas famílias todos os dias para exercer a sua profissão e que vivem permanentemente neste conflito de combate entre a vida e a morte em favor da vida de outros seres humanos. “quando eu crescer quero ser igual a ele”.

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