sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CASA BRANCA/WASHINGTON D.C./USA

Capturar ou matar Bin Laden é alta prioridade, diz Obama

Do UOL Notícias*
Em São Paulo
  • Bin Laden é alta prioridade, diz Obama

    Bin Laden é alta prioridade, diz Obama

O presidente americano, Barack Obama, disse nessa sexta-feira (10) que capturar ou matar o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, continua a ser uma alta prioridade para o país, que marca amanhã o nono aniversário dos atentados de 11 de setembro.

"Capturar ou matar Bin Laden e Zawahri seria extremamente importante para a nossa segurança nacional", disse Obama, referindo-se ao segundo líder na hierarquia da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri.

"Isso não resolve todos os nossos problemas, mas continua a ser uma prioridade para esta administração", disse Obama, em resposta a pergunta feita em uma coletiva de imprensa que ocorreu na Casa Branca.

Queima do Alcorão

Obama disse temer que o planos do pastor Terry Jones de queimar 200 exemplares do Alcorão no 11 de Setembro, influenciem outros americanos a fazer o mesmo. Obama reforçou as críticas que havia feito ontem à atitude do pastor e destacou a importância da tolerância religiosa no país.

"A ideia de queimar o livro sagrado de alguma religião é contrária ao que esse país defende. É contrária aos fundamentos dessa nação. Minha esperança é que esse indivíduo reze e desista de fazer isso", afirmou.

Na coletiva, Obama foi questionado se o governo fez bem ao transformar um pastor desconhecido de uma igreja de poucas dúzias de fiéis, em uma figura internacional. "Não acho que fomos nós que elevamos essa história, mas é algo que na era da internet pode nos causar danos profundos ao redor do mundo, por isso temos que levar a sério."

O caso de Jones, pastor da igreja Dove World Outreach Center, com sede em Gainesville, Flórida, ganhou repercussão internacional nessa semana, em especial na quinta-feira, quando Obama afirmou que o plano do pastor pode ser usado pela rede Al Qaeda como uma ferramenta de recrutamento de militantes. Várias autoridades do mundo árabe criticaram a proposta e órgãos de segurança emitiram alertas sobre o perigo de ocorrerem ataques.

Após a repercussão negativa, o pastor Terry Jones anunciou ontem que abortaria seu plano, mas após uma tensa disputa retórica com líderes muçulmanos dos Estados Unidos afirmou horas mais tarde que o plano estava apenas suspenso. Na manhã desta sexta-feira, ele voltou a afirmar que desistiu do plano.

"Neste momento temos planos para não fazer isto", disse o pastor evangélico radical ao canal ABC News.

No primeiro anúncio de cancelamento, Jones destacou que a mudança era consequência de um acordo para mudar a localização de um centro islâmico que deve ser construído a poucas quadras do "marco zero", o local dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York.

Tolerância

Na coletiva dessa sexta, Obama pediu aos americanos que não fiquem uns contra os outros e tenham tolerância religiosa, aludindo às controvérsias em relação ao Islã que dominam a sociedade americana.

"Temos que nos certificar que não comecemos a nos voltar uns contra os outros", afirmou Obama em coletiva de imprensa na Casa Branca, na véspera do aniversário de nove anos dos atentados de 11 de setembro.

"E farei tudo que puder enquanto for presidente dos Estados Unidos para recordar ao povo americano que somos uma nação unida sob Deus e que podemos chamar esse Deus por diferentes nomes, mas que permanecemos uma única nação".

Questão palestina

Obama também disse na coletiva que pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para adiar a retomada da construção de assentamentos judeus na Cisjordânia. "Dado que as conversas estão indo por um caminho construtivo, faz sentido estender a moratória".

Obama disse ver "enormes barreiras" às negociações de paz entre israelenses e palestinos, mas afirmou que esse é um risco que vale a pena ser assumido.

"Nós podemos facilitar, encorajar, dizer a eles que os apoiaremos em seus esforços", disse. "Mas ultimamente as partes [israelenses e palestinos] têm tomado essa decisão por conta própria. Estou esperançoso, mas vai ser difícil, não quero que ninguém pense que será fácil." Apesar disso, Obama enfatizou que o esforço vale a pena, não apenas pela paz no Oriente Médio em si, mas pela segurança dos EUA. "Não estamos fazendo isso apenas para nos sentirmos bem. Estamos fazendo porque isso vai ajudar a segurança da América também."

Na semana passada, Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, retomaram as negociações diretas de paz em uma reunião com a secretária americana de Estado, Hillary Clinton.

*Com agências internacionais

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