sábado, 17 de julho de 2010

IRÃ CONDENA MULHER "ADULTERA" À MORTE

Iraniana condenada ao apedrejamento
revive história de Maria Madalena

Como a personagem bíblica, a acusada de adultério Sakineh espera ser salva do fim trágico

Maurício Moraes, do R7
Reprodução/CNNFoto Reprodução/CNN
Sakineh (na imagem transmitida pela rede CNN) foi condenada por adultério em 2007; violações de direitos humanos são frequentes no Irã, dizem ONGs

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Sakineh Mohammadi Ashtiani é mais uma das milhões de mulheres iranianas cobertas da cabeça aos pés pelo xador. A vestimenta preta é uma das versões mais radicais do véu muçulmano, destinado a esconder a sexualidade feminina. Em 2005, ela foi presa pelo regime fundamentalista do Irã. Em 2007, foi julgada. Seu crime: adultério. Sua pena: morte por apedrejamento.

Não se sabe ao certo a idade de Sakineh. Ela teria cerca de 43 anos. Sua prisão, em 2005, ocorreu, segundo o regime, porque ela teria tido uma “relação ilícita” com dois homens. A pena inicial foram 99 chibatadas. O processo avançou, e no dia 27 de maio de 2007 Sakineh foi condenada à morte por adultério.

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A história de Sakineh, que tem dois filhos, lembra um mítico personagem bíblico, Maria Madalena. Segundo a tradição cristã, a prostituta também aguardava a morte por apedrejamento até ser salva por Jesus Cristo, que na ocasião teria dito uma em uma frase que ficou célebre:

- Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra.

Dois milênios após o episódio narrado na Bíblia, outras mulheres continuam a ser vítimas das pedras e da intolerância do regime iraniano, hoje liderado pelo presidente Mamoud Ahmadinejad. O país é um dos líderes na violação de direitos humanos segundo organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch.

Ministro diz que pena continua

Pressionado por uma campanha internacional pela revisão da pena de Sakineh, o governo iraniano chegou a anunciar no último dia 8 que ela não seria apedrejada. Quatro dias depois, o ministro das Relações Exteriores, Manucher Mottaki, confirmou que a pena continua.

Mesmo assim, a pressão continua. A Anistia Internacional colocou no ar uma página na internet para coletar assinaturas contra o apedrejamento de Sakineh.

O xeque brasileiro Mohamad Kalil, que viveu 13 anos no Irã, diz que o regime está suavizando a aplicação da sharia (a lei islâmica). Ele não acredita que Sakineh será morta por apedrejamento. Mesmo assim, apoia a aplicação da rigorosa lei muçulmana se o sistema tiver respaldo da sociedade local.

Violação de direitos humanos é frequente no Irã

Segundo a organização americana Human Rights Watch, "o respeito aos direitos humanos básicos no Irã, especialmente a liberdade de expressão e de reunião, se deterioraram" desde que Ahmadinejad chegou à Presidência, em 2005.

O último relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU que trata mais especificamente da agressão às mulheres, de 2005, diz que havia 397 mulheres aguardando punição, “algumas esperando a pena de morte”.

O relatório conta a história de Leyla, então com 19 anos, condenada a apedrejamento em 2004 pelo mesmo motivo que Sakineh. Segundo psicólogas, a jovem tinha problemas mentais e maturidade de uma menina de oito anos.

A violência, no entanto, começou cedo. Aos 9 anos, ela foi presa pela primeira vez, por atos impróprios. A primeira punição: cem chibatadas. Leyla acabou salva pela pressão dos ativistas. Para Sakineh ainda há esperança.

2 comentários:

  1. Oi.Maria Madalena foi salva por Jesus e Sakineh será salva por Lula,o missionário da paz,amigo do iraniano.Eu sempre digo,religião foi criada pelo homem e não por Deus.O homem interpreta a Bíblia de acordo com a conveniência dele,por isso,se mata em nome de Deus,usam a religião para dominar,punir e,até para tirar dinheiro das pessoas.Deus deve está muito triste com tudo isso.

    Abraços,Lúcia

    17/07/010

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  2. .hoje agente vive o tempoda graça . o senhor jesus perdoa todo pecado .

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