* Francisco José de Mello
I
Um dia... não me lembro, nem preciso quando...
Certo jovem falava de um homem raro!
Dizia assim: “Era ele, afável, temperamento brando.
Da sua grei, era o cabeça, era o amparo.
II
Por principio, amava toda a humanidade;
Por índole, cultivava a máxima tolerância.
Erudito, era, entretanto, exemplo de humildade;
Incentivava o progresso e combatia a ignorância.
III
Cultuava o amor puro à liberdade
Dentro da ordem, da justiça e do respeito.
Pregava a beleza humana da fraternidade,
Da prática do bem. Do culto ao direito.
IV
Possuía o arrobo de brioso infante
Mas, trazia, em si, a prudência de um ancião.
Tinha a fibra de um soberbo caminhante
E a bondade terna de um prefeito irmão.
V
Sua palavra era sensata, sempre ponderada;
Não se apressava na emissão de um conceito
E por isso, com respeito, era escutada.
Ele, enfim, era um ser JUSTO E PERFEITO!
VI
Um dia... deixou o mundo que ele tanto amou!
Partiu sereno, sobrepujando a própria dor!
O exemplo da sua vida útil, aqui frutificou,
Deixando um legado de incomensurável valor!
VII
Perguntou-lhe um daqueles que o escutavam;
“Quem era esse homem tão generoso e esclarecido,
E ao qual tantos atributos positivos lhe sobraram
Mas do mundo, nosso, tão pouco conhecido?”
VIII
Ante a curiosidade daqueles que o fitavam,
O jovem estremeceu, repentinamente, com emoção.
E em seus olhos parados, duas lágrimas rolaram,
Como se algo memorável lhe tocasse o coração!
IX
Erguendo a fronte altiva, disse o jovem, com calor:
Esse homem, tão justo, honesto e bom,
E a quem, hoje, venero com orgulho e amor,
Esse homem... ERA MEU PAI! ERA UM MAÇOM!”
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