Casal Nardoni tem chances de ser
absolvido, dizem criminalistas
Dúvida dos jurados sobre o caso já pode ser suficiente para uma absolvição
Camilla Rigi, do R7
Foto por Werther Santana/07.05.2008/Agência Estado
Apesar de já condenados pela opinião pública, advogados criminalistas ouvidos pelo R7 afirmam que existe chance de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, saírem livres da acusação da morte da criança. O julgamento começa na próxima segunda-feira (22). Para o advogado Sergey Cobra Arbex, se os defensores conseguirem deixar os jurados em dúvida sobre a autoria do crime, já pode ser suficiente para uma absolvição. - Se ele [Roberto Podval, advogado dos Nardoni] conseguir convencer que não existe prova, o júri tem que absolver. Não pode ser condenado só porque todo mundo acha que é culpado.Veja onde será o julgamentoAlexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são acusados de jogar a menina Isabella do sexto andar
Arbex contou que os jurados, apesar de serem pessoas comuns, assumem uma postura diferente quando vão julgar alguém, comprometendo-se a formarem suas opiniões a partir do que lhes é apresentado durante a sessão.
O criminalista lembra que criticou o trabalho da polícia durante as investigações do caso, pois, segundo ele, foram deixadas lacunas que podem ser exploradas pela defesa. Para ele, a tese levantada pelos acusados, de que uma outra pessoa entrou no apartamento e jogou Isabella enquanto pai e madrasta estavam na garagem do prédio, não foi explorada pela polícia.
- A defesa vai explorar essas coisas.
O advogado Mário de Oliveira Filho também critica a polícia quanto às investigações da hipótese defendida pela defesa. Para ele, na falta de uma testemunha ocular, o que fará a diferença é a argumentação do promotor Francisco Cembranelli e do defensor Roberto Podval. - Os laudos são inconclusivos, permitem pontos de vista diferentes. E isso é mais favorável aos réus.
Contudo, ele ressalva que a experiência do promotor em júri popular pode fazer diferença. Cembranelli afirma que já ganhou mais de mil julgamentos, enquanto Podval venceu 13 dos 15 júris que participou.
- O resultado vai depender do poder de persuasão de cada um.
O papel do juiz
O presidente da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados), Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, chama a atenção para o papel do juiz Maurício Fossen na condução e manutenção da ordem de um julgamento com tamanha repercussão.
- O grande diferencial é a polêmica que esse caso causou, o que vai exigir do juiz uma conduta muito firme.
Quanto ao resultado, ele também acredita que os debates sobre as provas técnicas serão determinantes. E que o juiz deverá conduzir a sessão da maneira mais clara possível para que os jurados possam formar suas opiniões.
As sete pessoas que vão decidir o futuro do casal Nardoni serão escolhidas no início do julgamento, marcado para as 13h de segunda-feira (22). O Tribunal de Justiça estima que o júri possa durar até cinco dias.
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