*por Pletz
Emocionado ao encerrar a visita ao Yad Vashem, o museu do Holocausto, em companhia da esposa Marisa Letícia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira em Jerusalém que "todas as pessoas que respeitam os direitos humanos em nenhum momento podem permitir que volte a ocorrer algo como o Holocausto, e têm que repetir todos os dias nunca mais, nunca mais, nunca mais!. Deveria ser quase obrigação de todo chefe de Estado vir ao museu do Holocausto e, depois, levar a certeza do que pode acontecer, se a irracionalidade tomar conta do ser humano. Minha visita tem o sentido de prestar a homenagem do Brasil às vítimas do Holocausto". Pouco antes, Lula depositou uma coroa de flores em verde e amarelo, com a inscrição "Homenagem do Brasil", diante da qual ficou de pé, em silêncio, por bem mais de um minuto.
Ele foi acompanhado o tempo todo pelo presidente de Israel, Shimon Peres, e pelo presidente do Yad Vashem, rabino Meir Lau, que serviu de guia na passagem por um novo pavilhão, uma espécie de túnel do tempo, que mostra desde os primórdios das manifestações antissemitas até culminar com a barbárie nazista e suas terríveis conseqüências. Lau deu-lhe um livro a respeito do Museu e depois afirmou que "é a primeira vez que um mandatário brasileiro visita Israel e o museu do Holocausto. Nós estamos muito felizes com a presença do presidente Lula. Quando eu era rabino-chefe de Israel, estive com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, que me recebeu muito bem, mas nunca nos visitou. Sei que o presidente Lula vai ao encontro do presidente Ahmadinejad. Gostaria que fosse o intermediário de um encontro que eu, como criança que cresceu em campo de concentração, gostaria de ter com Ahmadinejad, de modo a poder mostrar a ele como está errado nas suas afirmações a respeito da inexistência do Holocausto".
O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, que acompanhou Lula na visita, contou que o presidente da República "ficou vivamente impressionado com as cenas expostas em fotos, o trabalho de pesquisa realizado para recolher os objetos em várias partes do mundo e a riqueza documental da mostra, que prova a extensão e a brutalidade da repressão e morte promovida contra os judeus da Europa". O presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Jack Terpins, afirmou que "Lula teve a oportunidade de conhecer outros e novos detalhes a respeito do Holocausto, de modo a poder afirmar, como já disse outras vezes, que se enganam aqueles que negam a sua existência". Lula também plantou um pé de oliveira no Bosque de Jerusalém e, enquanto cavava, disse aos jornalistas que registravam a cena: "Vocês podem estar certos de que muito do feijão que vocês comeram fui eu quem plantou".
Antes de viajar para Belém, na Cisjordânia, onde pernoita na terça-feira, Lula recebeu delegações de três organizações das sociedades civis israelense e palestina interessadas na convivência pacífica entre os dois povos e que reúnem parentes de vítimas dos dois lados do conflito. Claudio Lottenberg e Jack Terpins participaram do encontro a convite do presidente, que elogiou a iniciativa de debater a questão da paz e da esperança na assinatura de um tratado na região com base no ponto de vista dos israelenses e palestinos, principalmente daqueles que tiveram parentes mortos ou mutilados.
Fonte: Pletz
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