Havana, 1 mar (EFE).- O ex-presidente cubano Fidel Castro defendeu hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de ignorar, durante sua recente visita a Havana, o caso do prisioneiro político Orlando Zapata, que morreu na terça-feira passada após 85 dias em greve de fome.
"Pessoas que têm inveja de seu prestígio e de sua glória, e pior ainda, os que estão ao serviço do império (Estados Unidos), o criticaram por visitar Cuba. Utilizaram para isso as calúnias que há meio século são usadas contra Cuba", escreveu o ex-líder em artigo de suas "Reflexiones" ("Reflexões"), publicadas pela imprensa oficial da ilha.
"Lula sabe há muitos anos que em nosso país jamais houve tortura, jamais houve ordens para assassinatos de adversários, jamais mentimos ao povo. Sabe que a verdade é companheira inseparável de seus amigos cubanos", acrescentou Fidel.
Lula se reuniu na quarta-feira passada em Havana com Fidel - que ocupa o cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba - e com seu irmão mais novo e sucessor na Presidência, Raúl, que junto ao presidente brasileiro fez os primeiros comentários sobre o perante ele as primeiras palavras sobre o caso Zapata.
"Não houve torturados, não houve execução. Isso acontece na base de Guantánamo", disse o Raúl, em declarações que não foram divulgadas pelos veículos de imprensa cubanos, todos oficiais.
Lula partiu na quinta-feira para Haiti e El Salvador, onde acrescentou que não pode julgar o Governo de um país pela atitude de um cidadão que se declara em greve de fome.
"Um cidadão que entra em greve de fome está tomando uma opção. Na minha opinião, uma opção equivocada", disse.
O presidente brasileiro lembrou que ele mesmo recorreu a este tipo de protesto no Brasil quando era dirigente sindical, mas assegurou que "jamais" faria greve de fome de novo.
Fidel fez muitos elogios a Lula em seu artigo, e destacou a importância da cúpula latino-americana e caribenha realizada recentemente em Playa del Cármen, México.
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