domingo, 28 de fevereiro de 2010

VANCOUVER/CANADÁ: SEDE DAS OLIMPÍADAS

Antes da chegada dos homens brancos, as principais tribos que 
habitavam a região de Vancouver eram formadas pelos Musqueam, Squamish, 
Burrard, Tsleil-Waututh,Tsawwassen, Coquitlam, Katzie e Semiahmoo.
Na costa oeste do Canadá, entre montanhas e lagos, há uma pérola de cidade que dificilmente deixa de agradar ao mais exigente turista. Maior cidade deste lado do país, ela parece ser aquele lugar em que todos gostaríamos de viver: Limpa, calma, segura, agradável e bonita: Vancouver.
 
Ah sim, o clima de Vancouver não é exatamente nenhuma Brastemp, mas afinal de contas, aí também seria pedir demais. Percebemos isso logo que cruzamos a fronteira entre Estados Unidos e Canadá, na estrada 99. O tempo que já estava frio, tornou-se gelado, e o vento, já forte, começou a insistir em nos levar para onde não queríamos. E a moça do posto de gasolina, com um sorriso no rosto ao saber que éramos brasileiros, ainda dizia que aquilo não era nada comparado ao inverno que se aproximava. Menos mal que dia seguinte, quando fomos visitar a cidade, tudo estava mais calmo. Que nos desculpem os vizinhos americanos, mas mesmo estando pouca coisa ao norte da fronteira, Vancouver é muito melhor que as cidades do lado de lá. Para começar, aqui vê-se gente caminhando pelas calçadas, ruas decoradas com flores e um ritmo diferente em todos, que nos faz perceber que esta é uma cidade construída não para automóveis, mas sim para pessoas. Clique sobre a primeira foto desta página para vê-la em alta definição.
Entre 1592 e 1774 diversos navegadores espanhóis aportaram na costa
 oeste do Canadá, tendo clamado estas terras para os reis de Espanha, 
mas não chegaram a estabelecer núcleos populacionais.

Em 1778 aporta na costa próxima a Vancouver o navegador e 
naturalista inglês James Cook. A chegada dos homens brancos tem como 
conseqüência o surgimento de diversas doenças desconhecidas entre os 
indígenas, como sarampo e tuberculose.
Ficamos hospedados num Days Inn parto do aeroporto, e nosso trajeto para o centro passava sempre pelo belo subúrbio de Oakridge. O coração de Vancouver está situado num tipo de península, entre as águas do False Creek e Burrard Inlet, sendo que as avenidas principais Seymour St e Howe St correm de um extremo ao outro, repletas de lojas, restaurantes, estacionamentos, bares, cinemas e muita gente pelas calçadas. Quem estiver interessado numa visão geral da cidade antes de passear por conta própria pode embarcar num destes simpáticos ônibus de dois andares. Por uma taxa fixa você pode descer em qualquer uma da paradas, visitar o local que quiser, e depois embarcar no próximo da linha e seguir seu roteiro. O ponto de partida fica junto ao Canada Place, bem em frente ao terminal marítimo

Além de conhecer o centro e principais atrações, temos por habito percorrer também as regiões fora dos roteiros turísticos, porque geralmente nelas é onde está a verdadeira essência de cada lugar. A foto ao lado é de uma área residencial situada no subúrbio de Oakridge, situada ao sul do centro. Nada mau para casas populares não? A região de residências nobres fica a oeste do centro, nos bairros de Point Gray e adjacências. Em nenhum momento vimos, em lugar algum da cidade, mendigos, crianças abandonadas, ou imagens de violência ou insegurança de qualquer tipo. A sensação de tranqüilidade e paz parece estar presente em todos os lugares da cidade.
Um 
momento importante na história da cidade foi a chegada do capitão inglês
 George Vancouver. Ele desembarcou em 1792, mas descobriu que os 
espanhóis já haviam clamado as terras. Ficou somente um dia no local e 
partiu, mesmo assim, seu nome seria escolhido para batizar a futura 
cidade.

O 
primeiro posto permanente de comércio nesta região foi estabelecido pela
 companhia inglesa Hudson's Bay Company, em 1827. Ele seria o ponto de 
partida para estabelecer uma colonização britânica  no local.
Esta foto batemos do último andar da loja Hudson's Bay Company. É uma das principais loja de departamentos do Canadá, e seus restaurantes tem ótimas e baratas refeições, tipo bandejão, bem ao estilo inglês. Aliás, a semelhança com coisas da Inglaterra é sentida em vários lugares por aqui. A imagem mostra um prédio de estacionamento do centro. O estacionamento no centro não é caro, bastando entrar, comprar um ticket numa das maquininhas automáticas e expor o cartão no pára-brisas.
Não tínhamos dólares canadenses ao chegar no Canadá, mas acabou nem sendo preciso. Durante nossa visita bastou o cartão de crédito, até mesmo nas máquinas dos estacionamentos. Em alguns lugares você tem ainda a opção de pagar com dólares americanos, aceitos em diversos locais de Vancouver. 
Mais uma foto batida em Canada Place. Esta área concentra diversas atrações, como um cinema IMAX com tela de cinco andares, hotéis, restaurantes, centro de informações turísticas e hotel (caro, não recomendamos). A pouca distância está situada Gastown - considerada o local de nascimento de Vancouver - um local muito agradável, onde predominam prédios de arquitetura antiga mas muito bem conservada, pequenos bares e lojinhas simpáticas. O tipo do lugar gostoso para uma caminhada sem destino certo. Seguindo depois o passeio em direção leste, chega-se a Chinatown, onde o destaque é o jardim chinês  Sun Yat-Sen. Embora jardins chineses estejam presentes em diversas cidades da costa - haja vista a maciça imigração oriental em toda costa leste do Canadá e Estados Unidos - o de Vancouver é especialmente bonito e merece ser visitado.
Em 1858 foi descoberto ouro nesta região, atraindo milhares de 
trabalhadores e tornando Vancouver um movimentado entreposto comercial. 
Data deste período o início da chegada de orientais, vindos para 
trabalhar na mineração
Aliás, em certos bairros de Vancouver, tivemos a impressão de estar passeando em alguma cidade do Oriente. Lojas, mercados, placas, cartazes, tudo estava escrito naqueles típicos caracteres orientais e só víamos pessoas com olhos amendoados pelas ruas. A avenida 3rd, próxima ao aeroporto, é um destes lugares, e serve como exemplo da forte presença oriental nesta parte do Canadá. 

Em 1866 as colônias inglesas de British Columbia e a Ilha de 
Vancouver foram oficialmente unidas. Até então a economia da região era 
baseada principalmente no comércio de peles, as quais faziam muito 
sucesso na Europa.
Esta bela vista da ponte Lions Gate foi feita de um mirante de Stanley Park. Para nossa surpresa, todos os estacionamentos deste espaçoso parque são pagos, coisa que até os turistas americanos estranhavam. O Stanley Park é a principal área verde da cidade, e tem diversos recantos belíssimos, áreas de lazer, aquário, jardins floridos, marinas e totens indígenas, entre outras atrações. É o lugar certo para uma caminhada relaxante ou um picnic num dia de verão. No dia seguinte atravessamos esse parque e seguimos em frente, pegando a ponte para conhecer North Vancouver, onde estão algumas  atrações imperdíveis, como Grouse Mountain. Clique sobre a foto ao lado para vê-la em alta definição.
Situada a apenas 20 minutos de carro, Grouse Mountain é um lugar super concorrido durante o inverno, graças à sua pista de esqui e à toda infra-estrutura para esportes de neve. Mas mesmo sem neve é um lugar muito bonito, situado entre as montanhas, onde se pode sentir a natureza de perto, percorrer suas trilhas, e ver de perto animais selvagens característicos desta região. Uma das coisas mais emocionantes na visita a Grouse Mountain é justamente o acesso ao topo da montanha, a bordo de um teleférico que parece ir raspando o topo das escarpas.
Se sua visita a Vancouver acontecer durante o inverno e você quiser praticar de esportes de neve, terá ainda outra boa alternativa, a Cypress Mountain, que a exemplo da anterior, dispõe também de pistas de esqui, snowboarding e todas as coisas do gênero. Não vimos neve durante nossa visita, mas fica aqui a sugestão.
Ainda em North Vancouver, outro ponto que não pode ser esquecido é Capilano Suspension Bridge. Este parque tem muitas coisas interessantes para serem vistas, como por exemplo o parque de totens (ao lado). A tradição da confecção de totens esculpidos em madeira surgiu entre as antigas civilizações que habitavam a costa oeste do Canadá. Os antigos artesãos esculpiam figuras representando peixes, aves, criaturas sobrenaturais, sempre colocando uma sobre a outra. Os totens tinham como função homenagear pessoas, relembrar eventos, comemorar datas importantes, demarcar sepulcros ou simplesmente exercer funções decorativas. Até hoje estes Totens Poles podem ser encontrados em centenas de localidades do Canadá e permanecem um atrativo irresistível para fotos com turistas.
Foi um pequeno entreposto comercial chamado Gastown que originou a 
cidade. Inaugurado em 1867, três anos depois ele formaria o povoado de 
Granville, que por sua vez seria o núcleo inicial de Vancouver, fundada 
em 1886.
Clique sobre esta foto para  vê-la em alta definição.

Em 1886, quando foi oficialmente fundada, Vancouver tinha uma 
população de mil habitantes. Nesta época era pouco mais que um grupo de 
casebres distribuídos entre pinheiros e lagos.
Mas a principal atração de Capilano Suspension Bridge é, evidentemente, a Ponte Suspensa Capilano (ao lado). Construída em 1889 ela já teve diversas versões, sendo que a de hoje em dia é a quarta versão. A ponte Capilano atravessa o espaço a 75 metros de altura (equivalente a um prédio de 25 andares) e tem 150 metros de extensão, o que lhe confere o título de mais longa ponte suspensa do mundo para pedestres. A ponte divide o parque ao meio, e enquanto do lado de cá estão situadas a entrada, restaurante, parque dos totens e loja, do lado de lá estão lagos, recantos naturais e um interessante passeio em passarelas suspensas, apoiadas no tronco das árvores. Este trecho, batizado de Living Forest, permite aos visitantes interagir com o natureza sem comprometer as seculares árvores. Entre estas destaca-se Big Doug, com 350 anos de idade e 60 metros de altura. Estima-se que Big Doug continuará crescendo até o século 27. Clique sobre a foto ao lado para vê-la em alta definição

De  volta a Vancouver não esqueça de visitar Cathedral Square, um agradável parque situado no centro da cidade, e também a Cathedral of Our Lady of the Holy Rosary, igreja em estilo gótico famosa pelos vitrais e pelos gigantescos sinos. Visite também Robson Street, o badalado corredor comercial da cidade, onde estão situadas a Virgin Records e a HMV. Se preferir barganhas vá até o trecho norte da Howe Street, onde situam-se algumas lojinhas tipo tudo por um dólar. Não deixe de visitar o centro comercial Granville Mall, situado entre as ruas Howe e Seymour. Lá estão lojas de departamento, pequenas butiques, fast food, etc etc.  Ao lado, painel de propaganda de emissora local de TV.
No mesmo ano de sua fundação, um incêndio arrasou quase toda a 
cidade, obrigando seus moradores a reconstruírem tudo, mas desta vez com
 pedras.
Clique sobre a foto acima para ver outra cena urbana de Vancouver.
Em 1900 Vancouver já havia ultrapassado a cidade vizinha de 
Victoria em número de habitantes. Contribuiu para isto a ferrovia 
transcontinental, ligando Vancouver às cidade da costa leste, enquanto 
Victoria estava situada numa ilha.
Uma caminhada pelo centro de Vancouver revela uma eclética mistura de prédios clássicos e modernos. Entre os clássicos destaca-se o Hotel Europe, praticamente um dos símbolos da cidade. Construído em 1908, ele foi durante décadas considerado o melhor hotel de Vancouver. Atualmente tem a burocrática função de abrigar escritórios governamentais, mas ainda conserva a elegância do estilo italiano. Outro prédio que merece uma foto é o imponente Fairmont Hotel Vancouver, que mais lembra um chateau medieval. Depois caminhe até o Public Market, o mercado público de Vancouver, onde estão produtos diversos desta região, frutas, peixes e conservas, onde é inevitável sentir aquela vontade de  provar um pouquinho de cada coisa. E não esqueça de conhecer também Granville Island, considerada o coração cultural da cidade, onde estão teatros, galerias, artistas e bares.

Quem aprecia atrações cientificas vai adorar também o Pacific Space Centre. Este moderno complexo dispõe de planetário, observatório astronômico, e exibições interativas simulando um passeio pelo espaço. Especialmente interessante para quem está acompanhado de crianças.  Como está situada junto ao Oceano Pacífico, Vancouver tem muitas histórias ligadas ao mar, por isso seu Maritime Museum é igualmente um prato cheio sobre o assunto. E ainda falando de museus, vale citar também o Vancouver Museum, que enfoca principalmente a história da cidade e sua cultura. E se você está procurando por um hiper-mercado, o lugar certo é o Superstore, maior rede do gênero no Canadá. Esta rede tem vários endereços, tanto em Vancouver, como em todo Canadá. Era lá que fazíamos nossas compras, e além de ter de tudo, os preços são muito bons. Ao lado, um dos diversos estacionamentos verticais do centro da cidade.
Em 1920 Vancouver ultrapassa também Winnipeg e torna-se a maior 
cidade da costa oeste do Canadá, assumindo daí para a frente uma posição
 de destaque cada vez maior no país.

Vancouver tem população de 550 mil habitantes, área de 114km2, 
temperaturas médias de 3° C (inverno) e 18° (verão). É a terceira maior 
cidade do Canadá, após Toronto e Montreal. Recebe oito milhões de 
visitantes por ano, e em 2001 foi considerada a melhor cidade do mundo 
em termos de qualidade de vida.
O disco voador que aparece no alto desta foto, por trás de outro prédio, é a parte superior da Harbour Centre Tower Lookout. O nome pomposo designa a principal plataforma de observação da cidade. Foi inaugurado em 1977 pelo astronauta Neil Armstrong - primeiro homem a pisar na lua - e desde então permanece como o prédio mais alto de Vancouver, com 170 metros de altura. Seus elevadores levam os turistas até a plataforma superior em poucos segundos, de onde se tem uma vista privilegiada desta bela e agradável cidade. Em resumo, o que podemos dizer sobre este lugar é que os Canadenses, em particular os da região de British Columbia estão de parabéns, pois construíram uma cidade desenvolvida mas que permanece humana; grande mas segura, e ainda com uma qualidade de vida invejável. Sem dúvida, uma cidade que poderia servir de exemplo para muitos outros lugares.

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 A música dessa página é Columbia in my Heart. Para interromper sua execução clique em X (parar).
Bandeira da cidade de Vancouver


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