sábado, 6 de fevereiro de 2010

Fórum Social Mundial Temático da Bahia peca pela desorganização





Por: Taísa Silveira

O Fórum Social Mundial, completa este ano 10 anos de existência, e desta vez ao invés de concentrar suas atividades num só estado brasileiro, dividiu-se entre as capitais de Salvador e Porto Alegre.
Diferente dos anos anteriores, este ano o Fórum foi temático. O evento que ocorreu durante 3 dias no final de janeiro, contou com uma programação extensa em Salvador mas pecou desorganização.
Segundo a comissão organizadora da Bahia eram esperadas cerca de 30 mil pessoas no evento de Salvador,mas  as inscrições não passaram de 15 mil, e a organização cogitou a hipótese de apenas 10 mil pessoas terem comparecido efetivamente ao evento.
Já na disposição das atividades realizadas pelo Fórum de Salvador, a organização não se deu conta da dinâmica da cidade no período de verão.
Os locais escolhidos para as palestras principais foram inadequados, visto que estavam sendo realizadas nos hotéis mais caros de Salvador, como o Hotel da Bahia e Sol Vitória Marina no mínimo uma discrepância se tratando de um Fórum que se propõe a discutir questões como a desigualdade social . O acampamento da juventude foi deslocado para a UNEB que frente à localização destes hotéis torna-se de difícil acesso de ônibus.
As mesas que tiveram palestrantes estrangeiros, também tiveram problemas com a tradução simultânea, pois, foram disponibilizados apenas aparelhos tradutores para aqueles que falassem apenas inglês ou francês, relegando a maioria do público que falava apenas português à “ignorância”.Mesmo sabendo que haveriam palestrantes vindos da Itália, Espanha e países africanos, o público não teve acesso aos aparelhos de tradução simultânea.
A desorganização este ano, chegou ao estado crítico de mesas que foram anunciadas não aconteceram, mesas com atrasos de até 2 horas e informações equivocadas, fizera, com que o FSM da Bahia fosse praticamente um fracasso. O presidente da República tão esperado não compareceu por motivos de força maior, mas os outros 14 representes de governo da África e America Latina que foram esperados, também não compareceram e não deram justificativa para tal ausência.
Apesar de muitos problemas o Fórum também contou com palestras interessantes em que a interação do público foi intensa com os palestrantes, como foi o caso da mesa “ Sul-Sul como alternativa", que contou com a presença de Paul Singer, renomado economista consultor do Governo Federal
 e professor da USP, que abordou as questões sobre a solução da crise mundial que assola os países centrais e que segundo ele, não foi vivida pelo Brasil “ em termos econômicos o Sul saiu da crise”.
O Fórum Social Mundial temático da Bahia passou como uma leve brisa, pois a cidade não parecia estar recebendo um evento de tal porte, pouco se soube da ocorrência do Fórum e na mídia não houve larga divulgação.
Espera-se que ano que vem o Fórum Social Mundial recupere sua credibilidade no estado e faça um evento digno, e que as pessoas que foram assisti-lo e os convidados que se propuseram a contribuir com o evento realmente mostrem que “um mundo melhor é possível”.

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