Por Diego Almeida/ Renato Luz/ Tarcio Mota
Em entrevista aos estudantes de Jornalismo da UFRB, o Ministro da Integração Nacional, e pré-candidato ao governo da Bahia, Geddel Vieira Lima, avalia o cenário político da disputa eleitoral deste ano, destacando os rumos dos prefeitos da legenda na região. Fala também sobre a presença de recursos do Ministério na região, embora não tenha especificado nenhuma obra.
O Guarany *: O senhor acredita no apoio dos mais de 100 prefeitos que a legenda dispõe no Estado?
Geddel: Acredito que terei apoio de todos os prefeitos do PMDB e prefeitos de outros partidos, inclusive do PT.
O Guarany: Prefeituras do PT? Quais?
Geddel: Há várias, Tanque Novo é uma delas, estava comigo esses dias propondo apoio a mim.
O Guarany: Ministro, qual a diferença do jeito Lula e do jeito de Wagner de governar?
Geddel: A diferença? Se fosse uma só. A primeira é a característica do governante. O presidente Lula é um homem leal com seus companheiros, com seus aliados. Senta-se à mesa com seus secretários, cobra dos seus secretários. É um homem que tem projeto para os brasileiros. Já o governador Wagner é tudo que eu falei ao contrário, não tem projeto pra Bahia, não conhece o Estado, não tem atitude pra enfrentamento dos problemas, não tem apetite administrativo, foi uma decepção pra mim. Eu continuo achando que é uma figura pessoalmente agradável, cortez, educada, não tenho dúvida em relação a isso, mas quando conheci do ponto de vista administrativo, deixou de despertar em mim esperanças.
O Guarany: Quanto a sua relação com a Ministra Dilma?
Geddel: É excepcional, tenho uma relação franca, clara, fraterna, sempre com muitas demonstrações de carinho e apreço.
O Guarany: O Michell Temer continua sendo o grande nome do PMDB para indicação do partido para a vice-presidência na chapa da ministra Dilma?
Geddel: Michell Temer é um grande nome, é um nome que tem força interna do PMDB. O Michel há muito tem dito que vai se chegar a hora de se fazer uma análise do que é mais conveniente para o Brasil, para a vitória da chapa que nós apoiarmos e depois para o PMDB.
O Guarany: Em 2002, o senhor apoiou a candidatura do governador José Serra à presidência da República. Hoje, o senhor é um dos ministros mais elogiados pelo presidente Lula. Como o senhor avalia essa mudança?
Geddel: Eu não apoiei o governador José Serra (PSDB). O meu partido se identificou com o José Serra, indicou candidato a vice, eu sempre fui fiel às decisões majoritárias do PMDB. Eu não estou entre os políticos que pularam de galho em galho. Eu defendo a posição do meu partido. Agora defendo internamente o apoio à preservação do projeto nacional do governo Lula.
: O Guarany: Sobre as prefeituras do PMDB no Recôncavo, em especial o prefeito Tato Pereira que proporcionalmente é o mais votado da legenda, o senhor acredita que os prefeitos desta região vão caminhar juntos com a legenda nesta eleição?
Geddel: Eu acredito que são homens sérios, são pessoas comprometidas com o partido, que sabem que qualquer movimento que a sociedade veja como traição não é bem aceito. Tato inclusive, a noticia que nós temos é a candidatura dele a deputado federal pelo PMDB, evidentemente ele estará atrelado ao nosso projeto eu não tenho dúvida nenhuma, dele e de outros prefeitos do Recôncavo.
O Guarany : Governador Paulo Souto e Jaques Wagner, a quem o senhor apoiaria?
Geddel: Nenhum um nem outro. Eu estarei no 2º turno e buscarei o apoio de um dos dois que não chegar ao 2º turno.
O Guarany: Ministro, o senhor é conhecido pelos seus correligionários como o ministro da Bahia. Quanto à região do Recôncavo, o senhor pode indicar onde há recursos da Integração Nacional aplicados?
Geddel: Olha, recursos do ministério no Recôncavo há em praticamente todas as cidades. Existem em obras onde nós fomos procurados peles prefeitos apresentando projetos que se mostraram tecnicamente viáveis. E não é só no Recôncavo não, temos procurado aproveitar a oportunidade de ser ministro pra trazer investimentos para todo o estado. Desde Salvador até a última cidade do oeste da Bahia tem participação importante do Ministério da Integração Nacional, o que tem gerado inclusive críticas, críticas que eu não entendo, vindo de baianos, críticas pelo fato de dizerem que tenho dedicado uma atenção especial à Bahia. Eu respondo sempre: do que valeria ser ministro de Estado se não fosse possível ajudar a Bahia? Então, portanto existem, sim, muitos recursos do Ministério da Integração Nacional aplicados no Recôncavo da Bahia.
Nota*: A entrevista na integra sai na edição 32º de abril do Jornal Reverso, jornal laboratório do curso de Jornalismo do CAHL/UFRB, sobre sucessão estadual.
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