CIDADE DO VATICANO (AFP) - O falecido Papa João Paulo II assinou um documento de renúncia para o caso de ficar completamente incapacitado, e se flagelava secretamente, segundo o livro do defensor da causa de beatificação do pontífice, o religioso Slawomir Oder.
O livro, que inclui discursos e documentos inéditos escritos pelo primeiro Papa polonês da história, tem como título "Por que um santo? o verdadeiro João Paulo II" e foi apresentado nesta terça-feira à imprensa.
O livro publica as cartas com a renúncia do Papa, até agora inéditas, e narra detalhes da vida íntima do pontíficie.
A primeira carta de renúncia, a qual se conhecia apenas sua existência, é na realidade uma declaração escrita em italiano, com data de 15 de novembro de 1989, quando ele ainda estava em boas condições de saúde.
Nela, Karol Wojtyla, que estava para ser operado de um tumor, reconhece que "seguindo o exemplo de Paulo VI", enumera as razões para a renúncia, entre elas "uma grande doença" ou um "grave impedimento".
A renúncia foi reiterada em uma carta de 1994, ao fazer 75 anos, na qual deixou a decisão final a um grupo de cardeais, que não a utilizaram nos longos anos da doença do Papa.
No documento, João Paulo II sustenta que considera um dever "renunciar em caso de doença incurável, de longa duração e que o impeça de exercer o ministério apostólico ou em caso de outros impedimentos graves e prolongados".
O papa polonês, conhecido por sua popularidade e suas viagens pelo mundo, se flagelava com um cinto, segundo Oder, e em várias ocasiões dormia no chão como um ato de penitência.
Segundo o autor, o papa desarrumava a cama de manhã para que seus assistentes não percebessem.
"Alguns de seus colaboradores conseguiam ouvir quando ele se flagelava, no Vaticano e inclusive durante uma viagem a Polônia", contou Oder.
O Vaticano reconheceu as "virtudes heróicas" de João Paulo II no último dia 19 de novembro e o proclamou "venerável", etapa chave para sua beatificação.
Meios de comunicação italianos sustentam que ele poderia ser beatificado em outubro de 2010 no Vaticano, na data de aniversário de sua eleição para pontíficie, ocorrida no dia 16 de outubro de 1978.
"A causa de beatificação cai muito bem, mas a data ainda não foi fechada", falou Slawomir Oder.
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