quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SALVADOR/BA: WALDIR PIRES REVELA EM ENTREVISTA AO BAHIA NOTÍCIAS O PERFIL DA POLÍTICA CLIENTELISTA QUE DOMINOU E AINDA DOMINA ELEIÇÕES NO ESTADO

  Um dos políticos mais experientes e importantes do Brasil, Waldir Pires, em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, reflete sobre o passado, presente e futuro do Brasil - que passa pelos partidos políticos. Defensor ferrenho da democracia, o ex-governador critica o excesso atual de legendas, defende a decisão de deixar o governo da Bahia para disputar a vice-presidência nos anos 80 e atesta que Jaques Wagner será reeleito governador em 2010. Reflitam bem o que Waldir Pires diz sobre o processo de fraude nas eleições, quando o repórter do BN busca saber por que razões ele foi derrotado em dois pleitos para senador. Leia a seguir:
BN – O senhor perdeu uma eleição em 1982 para o Senado para o Luís Viana Filho... 
WP Eu não perdi (risos). Seguramente. Em 82 foi uma luta. Quando eu voltei para a Bahia, depois de ser anistiado, trabalhava no setor privado no Rio de Janeiro, com a minha mulher e os meus filhos. E não tinha a menor condição, só poderia mesmo trabalhar. Voltei para nós construirmos. Antes do golpe de Estado, eu tinha sido candidato a governador nas Formas Democráticas e Populares. Naquela ocasião, com meus trinta e poucos anos, eu era candidato de todas as forças democráticas. Ganhei a eleição em todas as urnas de Salvador. E perdi pela mobilização do controle clientelista. Quase ganho. 
BN – O senhor acredita que em 1994, na decisão com Waldeck Ornelas, ocorreu movimentação parecida? 
WP – Lá foi uma fraude identificada, mas só não foi apurada. Era um absoluto descontrole o que as urnas apresentavam. Em determinados instantes foram centenas de urnas em que desapareciam votos brancos e nulos. Até que chegamos à reta final, em que não foi feita a recontagem de votos, como manda a Lei. Foi uma fraude, não-cumprimento de deveres. É um aspecto que joga com a soberania do voto. Quando a Constituição diz “todos são eleitos pelo voto do povo”, na verdade é a soberania popular que está em jogo. Quando ela significa uma não-verdade eleitoral, a Lei manda que faça recontagem e não se fez. Mas no TSE simplesmente se mandou arquivar, pelo fato de que ele decide matéria de Direito e não de fato, que só poderia ser decidida pelo Estado.

5 comentários:

  1. É verdade, a fraude nas urnas eleitorais elege vereadores, prefeitos e até governadores. Com as urnas eletrônicas a fraude continua derrotando valores como Waldir Pires que o processo fraudulento das urnas o derrotaram por duas vezes. A PF anda muito devagar para investigar o processo de fraude e punir os responsáveis que inclui prefeitos, líderes políticos, promotores e juízes inescrupulosos. Agora, depois de tanto tempo é que se divulga que a PF tem uma operação em São Francisco do Conde, Muritiba, Cachoeira, etc., com fraudes já identificadas nas eleições do ano passado.Se o processo for sério, os responsáveis vão para cadeia, e candidatos considerados derrotados pelas urnas clonadas mas que venceram o pleito, nestes municípios referidos, assumirão no lugar daqueles que tomaram posse na transação fraudulenta articulada entre lideranças fortes,promotores e juízes. Tomara que PF aja de verdade, não simule!

    ResponderExcluir
  2. Sobre este assunto de fraude eleitoral, Cachoeira é campeã. Muita gente sabe que quando Wladirmir Abdala foi candidato a prefeito, ele venceu nas urnas, mas a apuração manipulada por um grupo do Fórum tendo no comando, o chefe do cartório eleitoral Antônio Ferreira,este fez reverter o quadro e dá a vitória a Salustiano Araújo.Coisa semelhante, aconteceu com a vitória manipulada de José Fernandes, pois, Lu de Salu foi o eleito, mas já nas primeiras horas da manhã algo muito forte reverteu quadro e a juíza anunciou a vitória de José Fernandes.Nas eleições de 2008, candidatos fortes a vereança, já apurado que venceram as eleições, as urnas clonadas determinaram suas derrotas. Sobre o assunto, vale a pena ver algumas postagens no blog "soumaiscoligado.blogspot.com" de Geraldo Damasceno, Acacia Emanuelle Boaventura,Acacia Emanuelle, Jair Santa Rosa, e anônimos. Embaixo do angu tem, se eles fazem tais comentários é porque têm informações que vazaram. É bom ver!

    ResponderExcluir
  3. Ninguém ficará impune, nada continuará encoberto. O assunto já é do domínio da polícia federal - a mesma operação que investiga a fraude em São Francisco do Conde,está sob sigido investigando em Cachoeira, Muritiba, e outras localidades também. Não demorará muito, a bomda estourará.

    ResponderExcluir
  4. Fraude é assim!Graças a fraude Waldeck Ornellas foi senador da República, no lugar de Waldir Pires, durante 8 anos. A transação fraudulenta é feita por quem tem o comando quase pleno da situação, como ACM teve, juízes e desembargadores e até presidentes do Tribunal.E não adiantava apurar. Hoje, pelo menos, se apura e é divulgado pela imprensa. Só é que é preciso o MP, a PF serem mais acelerados.É preciso desbancar o que aconteceu nas eleições de vereador em Cachoeira e em outros municípios também. Desbancar de verdade e não ficar somente na ameaça e daqui tudo fica como está, no esquecimento. Até parece que dinheiro também corre nestes segmentos.

    ResponderExcluir
  5. Comenta-se Prof. Pedro Borges, que você e Jorge França foram eleitos pelas urnas verdadeiras. Por que vocês dois que são bons comunicadores ficaram caladinhos? O que houve? Acompanho os editoriais do Prof. Pedro Borges e entendo tudo! Parece que você, professor, está reclamando coisa muito grave e até agora a autoridade não se deu conta ou se deu está sem saber o que fazer. É que você faz tão bem feito, que se ele correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Tenho razão? É isso que você está esperando acontecer? Meu nome é outro. Não é o que aparece no início do comentário. Mas é meu também. É o meu desconhecido pseudônimo.

    ResponderExcluir