terça-feira, 1 de dezembro de 2009

HONDURA/BRASIL: PRESIDENTE LULA RECUA SOBRE ELEIÇÃO

Presidente diz que votação não legitima o golpe e deixa em aberto posição do Brasil
AFP.
EFEFoto por EFE
O presidente Lula durante a Cúpula Ibero-Americana, em Portugal: brasileiro começa a mudar seu discurso em relação à eleição hondurenha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (30), durante a 19ª Cúpula Ibero-Americana, que seu governo não vê as eleições em Honduras como uma “tentativa de lavagem de um golpe de Estado", deixando em aberto sua posição sobre a crise hondurenha.
Ontem, tanto Lula quanto o chanceler Celso Amorim disseram que o Brasil não reconheceria as eleições hondurenhas.
Segundo o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, "é preciso esperar, discutir com a comunidade internacional, mas a posição de Lula é exatamente esta, de que não vemos as eleições como uma tentativa de lavagem de um golpe".
À margem da Cúpula Ibero-Americana, na cidade portuguesa de Estoril, Marco Aurélio Garcia revelou que o Brasil "gostaria que este assunto fosse tratado pela OEA" e estimou que será de "grande importância" a atitude do vencedor das eleições em Honduras, Porfirio Lobo, nos próximos dias.
E preciso esperar para ver se "vai recorrer ao secretário-geral da OEA", José Miguel Insulza, "se vai considerar a OEA como um interlocutor legítimo, coisa que o presidente de fato, Roberto Micheletti, jamais fez".
- Este conjunto de sinais e gestos vai permitir uma avaliação sobre quais serão os próximos passos (do Brasil).
Garcia disse que Lobo precisa "fazer gestos em direção a uma solução democrática e legítima, gestos muito poderosos para compensar as eleições ilegítimas".

Sobre a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, o assessor de Lula destacou que esta sempre foi a exigência do Brasil, mas agora "é preciso saber qual é a posição do próprio" líder derrubado.
Líderes tentam declaração comum sobre Honduras
Os líderes de 22 países da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra tentam acertar em Estoril uma declaração sobre Honduras, divididos entre uma maioria que não reconhece as eleições, e alguns que admitem o pleito.
Garcia estimou que a declaração deixará vários aspectos de fora, mas que há alguns pontos de consenso, como a rejeição ao golpe de Estado de junho passado.
Se não houver consenso, a presidência portuguesa fará um pronunciamento sobre as eleições hondurenhas.
Segundo números parciais do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Porfirio Lobo vence com 55,9% dos votos, contra 38,6% para Elvin Santos, que já admitiu a derrota.
Zelaya, deposto por um golpe de Estado em 28 de junho passado, está refugiado na embaixada do Brasil e Tegucigalpa desde que voltou ao país, em 21 de setembro passado.

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