Governador do DF tem mais de 18 mil vagas para tentar salvar o mandato
.O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que está no centro do escândalo do mensalão do DEM, poderá salvar seu mandato graças à forte máquina política que sustenta seu governo. Além de ter apoio da maioria dos deputados distritais, o governador tem o controle de uma poderosa rede de cargos comissionados que ajudam a manter sua influência na capital. Ao todo, ele dispõe de 18.368 vagas comissionadas para distribuir a pessoas que bem entender. No caso do governo federal são 21.008 cargos comissionados, distribuídos por todo o país, segundo a assessoria do Ministério do Planejamento. A diferença é de menos de 3.000 vagas.
Para o deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT), são cargos em demasia.
- Na França, o governo tem pouco mais de 4.000 cargos comissionados. Nos Estados Unidos, são 5.000. É óbvio que existem comissionados demais. Esses recursos deveriam ser destinados para melhorar serviços públicos na saúde, educação, segurança pública, em vez de estar servindo para pagamento de salários para funcionários desnecessários.
Segundo Reguffe, as vagas comissionadas servem para acomodar os aliados do governador.
- O processo funciona como uma espécie de estatização dos cabos eleitorais. Isso se reproduz na maioria dos Estados.
Na visão do governo do DF, a situação é diferente. Dados da Secretaria de Planejamento indicam que o atual governo fez enxugamento desse tipo de vaga provisória em relação à administração de Joaquim Roriz (PSC), antecessor de Arruda.
Em dezembro de 2006, havia 31.220 servidores com vínculo provisório, dos quais 11.800 servidores estavam lotados no Instituto Candango de Solidariedade.
Segundo a secretaria, Arruda extinguiu esse instituto, envolvido em acusações de irregularidades, cortando 41% nas vagas provisórias. Mas, considerados só cargos realmente comissionados, a queda foi de 733 postos, equivalente a 4%.
Uma carreata de 400 carros, com buzinaço, percorreu 50 quilômetros de Brasília e cidades satélites, em mais um dia de manifestações em defesa do afastamento do governador Arruda. O ato terminou com a lavagem do portão de entrada da residência oficial de Águas Claras. Apesar do policiamento em volta do imóvel, não houve confronto, como ocorreu dois dias antes, quando ação da tropa de choque e da cavalaria deixou nove feridos.
A operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, deflagrada no último dia 27, apreendeu mais de R$ 700 mil nas casas e gabinetes dos políticos envolvidos, incluindo um anexo da residência oficial do governador. Ao todo, a operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segundo o inquérito da PF – que investiga os crimes de formação de quadrilha, crime eleitoral e corrupção -, o dinheiro vinha ilegalmente de empresas que têm contratos com o governo. Em troca dos pagamentos, elas conseguiriam facilidades em licitações.
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