domingo, 29 de novembro de 2009

INTERNACIONAL: HONDURAS VOTA EM MEIO A INCERTEZAS

Maioria dos países da comunidade internacional não reconhece pleito
Lucas Bessel, do R7
Efraín Salgado/EFE 
Foto por Efraín Salgado/EFE
Ronaldo Medina e sua esposa, Cleo Montoya, protestam em frente ao Congresso Nacional de Honduras, na capital Tegucigalpa; casal, que vive nos EUA, apoia boicote às eleições deste domingo
***. Honduras realiza neste domingo (29) suas eleições presidenciais em meio à crise gerada pelo golpe de militar de 28 de junho, que depôs o presidente Manuel Zelaya.
A maioria dos países integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) não reconhece a legitimidade do processo eleitoral.
O assessor especial da Presidência da República do Brasil, Marco Aurélio Garcia, afirmou no último dia 23 que Honduras corre o risco de viver um período de alta instabilidade e que o Brasil não quer assumir responsabilidade por essa situação:- Achamos lamentável que se queira limpar um golpe de Estado com um processo de eleição que se realiza num país que viveu virtualmente sob o Estado de sítio nestes últimos meses. Os Estados  Unidos, por outro lado, já disseram que reconhecem o pleito no país caribenho, apesar de terem condenado o golpe militar que levou Roberto Michelleti ao poder. Peru, Colômbia, Panamá e Costa Rica acompanham a decisão americana.O presidente de fato, Roberto Micheletti, afastou-se do poder temporariamente no último dia 25, em uma manobra para tentar dar legitimidade às eleições.
***. Os candidatos: Quem lidera as pouco confiáveis pesquisas de opinião para as eleições presidenciais é Porfirio Lobo Sosa, do Partido Nacional, derrotado pelo presidente deposto Manuel Zelaya em 2005 por uma diferença de apenas 75 mil votos. Sosa nunca aceitou o resultado, considerando-o fraudulento. Seu principal rival é Elvin Ernesto Santos, do Partido Liberal. Ex-vice-presidente de Zelaya, Santos renunciou ao cargo e se tornou opositor. Ainda assim, ele continuou filiado ao partido de Zelaya e Micheletti, o que demonstra a verdadeira colcha de retalhos que se tornou a política hondurenha. Os outros três candidatos possuem pouca expressão e dificilmente conquistarão quantidade significativa de votos. Eles são Felicito Ávila, da Democracia Cristiana (DC), César Ham, da Unificación Democrática (UD) e Bernard Martínez, do Partido de Inovación y Unidad (PINU). Os dois principais desafios do presidente eleito serão conquistar o reconhecimento da comunidade internacional e reorganizar o país, abalado pela crise gerada com a queda de Zelaya. Honduras é a segunda nação mais pobre das Américas, depois do Haiti.
ficha técnica honduras perfil arte
O papel brasileiro
O Brasil ganhou posição de protagonista na crise de Honduras no dia 21 de setembro, quando o presidente deposto, Manuel Zelaya, voltou em segredo ao país e buscou refúgio na Embaixada Brasileira na capital Tegucigalpa. Na época, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, negou que o país tivesse conhecimento do retorno de Zelaya.
Militares hondurenhos cercaram a representação diplomática durante semanas, entrando em confronto com apoiadores de Zelaya que se concentravam em frente à Embaixada.
Zelaya continua abrigado até hoje no local. Cerca de 60 pessoas o acompanham na "estadia", que já dura mais de dois meses.
O clima que antecede as eleições em Honduras é de completa instabilidade.
O governo de fato determinou o desarmamento de toda a população com o objetivo de evitar confrontos durante a votação.
Na última quarta-feira (25) duas explosões foram registradas na capital do país, Tegucigalpa. Um foguete antitanque foi lançado contra o edifício da Corte Suprema de Justiça e um artefato explodiu na sede do Canal 10 de televisão, identificado com o governo golpista de Michelleti.
Neste sábado (28) um caminhão que levava material eleitoral saiu da estrada e caiu em uma ribanceira, matando três militares e um civil.



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