domingo, 29 de novembro de 2009

BRASÍLIA/DF: VIDEO MOSTRA O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL RECEBENDO DINHEIRO

Imagens foram gravadas no gabinete de ex-secretário exonerado por José Roberto Arruda
Do R7, com Agência Brasil
Um vídeo divulgado neste sábado (28) mostra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) recebendo um maço de dinheiro. As imagens foram gravadas no gabinete do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que foi exonerado do cargo por Arruda na sexta-feira (27).






No vídeo, o governador do DF recebe um maço de dinheiro. Durval entregou 30 videos à PF e ajudou nas investigações, depois que foi exonerado. Arruda ficaria com 40% do dinheiro, o vice-governador Paulo Otávio com 30%. O restante do dinheiro seria dividido entre secretários, assessores do governo e deputados distritais. O inquérito da PF também mostra imagens de uma mala cheia de dinheiro que seria dividido entre os envolvidos.






Após a divulgação dos vídeos, o corregedor do DF, Roberto Giffoni, afirmou na noite deste sábado (28) que as imagens divulgadas pela imprensa que comprovariam o suposto esquema de divisão de dinheiro entre integrantes do alto escalão do governo são “velhas” - de 2005 - e foram usados pelo ex-secretário de Relações Institucionais de Brasília, Durval Barbosa, para obter “ganhos futuros”.
Giffoni afirmou que Arruda não pensa em renúncia ou afastamento do governo. A ideia é a cada situação apontada na investigação apresentar o “contraditório”.
Barbosa decidiu ajudar nas investigações da Polícia Federal sobre o GDF em troca de eventual redução de pena. Ele aceitou que escutas fossem instaladas em suas roupas e, com isso, gravou conversas em que há negociação de divisão de dinheiro. O ex-secretário foi incluído no Programa de Proteção a Testemunhas da Polícia Federal.
Delegado da Polícia Civil aposentado, Barbosa integrou o governo de Joaquim Roriz (PSC), durante o qual chegou a presidir a Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), alvo de numerosas denúncias de irregularidades, como a contratação indevida de empresas terceirizadas. Por ter colaborado na campanha eleitoral de Arruda, em 2006, foi nomeado secretário de governo.
O governo do DF divulgou uma nota ontem informando que não irá se pronunciar oficialmente sobre a investigação porque não teve acesso ao conteúdo, mas que o governo ajudará com qualquer informação que for solicitada.
Na noite deste sábado, deputados distritais da Comissão de Ética da Câmara se reuniram para discutir a abertura de uma CPI. Logo depois da reunião, a Mesa Diretora da Câmara também se reuniu para discutir os desdobramentos do escândalo envolvendo o governador.
A OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) informou hoje que vai analisar o inquérito e verificar a possibilidade de pedir o impeachment de Arruda. A decisão foi anunciada pela presidente da Seccional, Estefânia Viveiros, depois de reunião de emergência com o vice-presidente Ibaneis Rocha. 
A investigação da Polícia Federal aponta que empresas pagariam um “pedágio” para firmar contratos com o GDF (Governo do Distrito Federal) e parte desses recursos ilícitos eram distribuídos para secretários e parlamentares aliados.

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