sábado, 31 de outubro de 2009

MINHA VISÃO SOBRE LÍDERES COM POSTURA DITATORIAL


Prof. Pedro Borges
Editor-chefe do Jornal O Guarany
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Há líderes que alcançam sólida aprovação popular, que conquistam a soberania do Poder e passam a ter pleno domínio sobre os governados. O bem ou o mal que fizerem, a verdade ou a mentira que contarem, tudo é lhes correto. Todas suas ações lhes são verdadeiras, inclusive as falsas.  Têm o poder de silenciar a capacidade crítica dos cidadãos, de fazê-los aprovar erros como se fossem acertos. Impõem, pela força da posição, pelo domínio das estruturas que comandam, pelas relações que estabelecem, que os parceiros silenciem a manifestação da capacidade crítica – só permitida para expressar-lhes aplausos e aprovação. Caráter dessa natureza, a ausência da expressão crítica em relação a líderes com este perfil, sustentam no Poder, impostores ditatoriais, figuras maléficas, cujos feitos, mesmos os de visível expressão aos olhos físicos, são gravíssimos males, por terem sido gerados sob a atmosfera das trevas, com o propósito de perpetuarem-se no Poder. Ações verdadeiras ou mentirosas, operacionalizadas por esta Corte das Trevas, só podem ser recepcionadas pelos que são investidos de valores espirituais do alto, como mentira, como obra dos infernos. Os inúmeros benefícios do governo de Hitler, na Alemanha, sob a inspiração do ditador, não se sustentaram ante o tamanho do mal com que sua mente mórbida comandou e materializou a destruição de seres humanos indefesos nos campos de concentração, durante anos sucessivos. Com o líder político que impõe silêncio aos de sua relação, para ele, o certo e o reprovável tudo lhe correto. Assim agiu e pensava o ex-coronel e ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, quando torturou, assassinou inocentes. Não fosse o discurso denunciante, quem sabe, esse cruel assassino poderia eleger-se, até governador, senador, etc. Ainda bem, vozes romperam o muro da covardia, não se inibiram, denunciaram até que este criminoso fosse preso, levado a júri popular e condenado. Esta atmosfera de soberana gravidade para os que acolhem quaisquer intervenções, quer sejam verdadeiras ou falsas,  certas ou reprováveis, como se fossem a expressão do acerto, é uma postura de grave perigo para o indivíduo e para a sociedade. Não é o discurso que se materializa pela metade nem o que se expressa cheio de receios, tampouco o que não corresponde fielmente ao que se pensa, tem o poder de repreender o mal, de inibir as ações de lideranças portadores de postura idiossincrática e ditatorial. Tem que ser um discurso veemente e de permanente operacionalidade, sem mentiras, sem paixões, até que o “soberano” se convença que em suas ações é bom que homem não erre, mas caso erre, o pior é que não se corrija.” Ou que convença o povo da importância do exercício da capacidade crítica e do discernimento político para identificar quem  de fato é portador de valores para ser seus governantes.
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 Post scriptum:Editorial da versão impressa do Jornal O Guarany, outubro 2009, que circula em Cachoeira, Cidade Histórica e Monumento Nacional, no Estado da Bahia, mensalmente.

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