quarta-feira, 28 de outubro de 2009

LIBERDADE DE IMPRENSA NA AMÉRICA LATINA

Pastor Landívar
Um repórter da emissora hondurenha Rádio Globo protesta em Tegucigalpa não dia 30 de setembro de 2009. Conforme a Repórteres Sem Fronteiras, a liberdade de expressão em Honduras foi atingida durante a crise política do país. REUTERS/Henry Romero
Um jornalista independente protesta em Caracas no dia 18 de setembro de 2009. A Sociedade Interamericana de Imprensa noticiou um aumento do número de ameaças e leis de censura na América Latina. REUTERS/Edwin Montilva
27 de outubro
AMÉRICA LATINA — A América Latina não é atualmente o melhor lugar para trabalhar como jornalista. Conforme o último relatório anual da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), a liberdade de expressão "está afundando" na América Central e sofrendo "altos e baixos" na América do Sul. O Índice de Liberdade de Imprensa da RSF abrange o período entre setembro de 2008 e setembro de 2009 e leva em conta agressões, assassinatos, prisões e ameaças contra jornalistas, casos de censura e autocensura e ainda a existência de monopólios estatais de rádio e televisão. Honduras é o país onde a liberdade de expressão levou a pior surra. Conforme a EFE, a sucessão presidencial em junho teve um grande impacto sobre a liberdade de imprensa do país, que está na posição 128 entre 175 países. El Salvador, onde quadrilhas atacaram a imprensa e assassinaram o cineasta Christian Poveda, caiu para o 79º lugar. A situação é ainda pior na Guatemala, que está em 106º. Já na Nicarágua a tensão entre a imprensa e o governo de Ortega derrubou o país para o 76º lugar. O país com a pior classificação em toda a região é Cuba (170º), onde, conforme a RSF, a liberdade de expressão não existe e sites e blogs de oposição foram silenciados por uma nova onda de repressão. A situação no México (137º) também é complicada. "Em um estado de guerra civil virtual desde o lançamento de uma grande ofensiva federal contra o tráfico de drogas em 2006, ele manteve o seu trágico status de país mais perigoso do hemisfério para jornalistas, com 55 mortos desde 2000", noticiou El Universal. A RSF também observou um aumento no número de processos judiciais abusivos contra meios de comunicação na República Dominicana (98º). Na América do Sul, a Colômbia (126º) tem problemas semelhantes aos do México. Sequestros, assassinatos e ameaças contra jornalistas contribuem com a classificação ruim. Apenas duas posições acima da Colômbia está a Venezuela, onde a Repórteres Sem Fronteiras afirma que a liberdade de imprensa caiu porque o governo está constantemente mudando as regras que regem a radiodifusão "com o objetivo de silenciar persistentemente os seus críticos". A Bolívia subiu dez posições e chegou ao 95º lugar, uma melhora que, conforme El Deber, foi causada pela interrupção da violência política que estava por trás dos ataques a jornalistas. Contudo, o país caiu 78 posições desde 2006, quando, juntamente com Trinidad e Tobago, tornou-se brevemente a nação com o melhor índice de liberdade de expressão do hemisfério sul. Enquanto o Equador (84º) caiu na tabela, o Peru (85º) e o Brasil (71º) se moveram na direção oposta. As melhores classificações na América Latina cabem a Argentina (47º), Chile (39º), Costa Rica (30º) e Uruguai (29º), que a Repórteres Sem Fronteiras coloca "no mesmo nível de muitos países europeus". Conforme o seu site ( www.rsf.org), a Repórteres Sem Fronteiras é uma organização não governamental (ONG) internacional registrada na França cujo objetivo é defender a liberdade de imprensa e os jornalistas e blogueiros que estão sendo presos e perseguidos por fazerem o seu trabalho.

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