sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

   A grafia  do substantivo “presidenta” é correta
Por Pedro Borges dos Anjos
Pesquisador sobre o Poder da Palavra

Nomes, termos e expressões da língua Portuguesa ou de quaisquer outros idiomas, que surgem das necessidades no decorrer dos anos, notadamente nos segmentos culturais, também os que se estabelecem formalmente para sustentar opções, honrar princípios, todos são corretos conforme instrui a Linguística. Não estão afetos a formas instruídas pela gramática.  “Presidenta” não é nome subordinado a princípios ativos ou derivativos verbais das estruturas instruídas pela gramática.

Sobre o assunto, assim se expressa o Prof. Pasquale Neto, renomado mestre da língua Portuguesa.

"Que têm em comum palavras como “pedinte”, “agente”, “fluente”, “gerente”, “caminhante”, “dirigente” etc.? Não é difícil, é? O ponto em comum é a terminação “-nte”, de origem latina. Essa terminação ocorre no particípio presente de verbos portugueses, italianos, espanhóis…

Termos como “presidente”, “dirigente”, “gerente”, entre inúmeros outros, são iguaizinhos nas três línguas, que, é sempre bom lembrar, nasceram do mesmo ventre. E que noção indica a terminação “-nte”? A de “agente”: gerente é quem gere, presidente é quem preside, dirigente é quem dirige e assim por diante.

Normalmente essas palavras têm forma fixa, isto é, são iguais para o masculino e para o feminino; o que muda é o artigo (o/a gerente, o/a dirigente, o/a pagante, o/a pedinte). Em alguns (raros) casos, o uso fixa como alternativas as formas exclusivamente femininas, em que o “e” final dá lugar a um “a”. Um desses casos é o de “parenta”, forma exclusivamente feminina e não obrigatória (pode-se dizer “minha parente” ou “minha parenta”, por exemplo). Outro desses casos é justamente o de “presidenta”: pode-se dizer “a presidente” ou “a presidenta”.

A esta altura alguém talvez já esteja dizendo que, por ser a primeira presidente/a do Brasil, Dilma Rousseff tem o direito de escolher. Sem dúvida nenhuma, ela tem esse e outros direitos. Se ela disser que quer ser chamada de “presidenta”, que seja feita a sua vontade -por que não?"




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