Presidente quer que companheiro acalme os ânimos dos sindicalistas e mediar as negociações.
A greve dos servidores federais já mobilizou mais de 350 mil funcionários em pelo menos 36 categorias, de acordo com números dos sindicatos, e já afeta todo o Brasil. Quilômetros de engarrafamento nas estradas, filas nos aeroportos, estudantes sem aulas e portos parados são alguns dos reflexos dessas paralisações.
Diante da radicalização do movimento, a presidente Dilma Rousseff pediu ajuda ao ex-presidente Lula para acalmar os ânimos dos sindicalistas e mediar as negociações. Em conversa com Lula, na terça-feira, Dilma queixou-se da relação das centrais sindicais. Enquanto isso, os dirigentes sindicais, inclusive da Central Única dos Trabalhadores (CUT), também se queixam do tratamento recebido do Palácio do Planalto.
Segundo eles, após ser eleita, Dilma não teria retribuído o apoio que teve na campanha eleitoral. E não teria cumprido a promessa de manter um diálogo permanente com a central, ligada ao PT. A ideia da presidente é de que Lula possa administrar a impaciência dos sindicalistas diante dos diálogos quase sempre sem um desfecho.
Atualmente, a intermediação com os movimentos sociais é feita por Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. Um dos vice-presidentes da CUT, José Vicente Feijó, foi chamado para assessorá-lo.
Proposta A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, prometeu para a próxima semana uma resposta final sobre o reajuste aos servidores federais - algumas categorias pleiteiam até 22% de aumento. Ela não antecipou detalhes sobre quais carreiras ainda poderiam ser contempladas nem sobre a extensão do benefício, se ele ocorrer.
De acordo com a ministra, se acatasse todas as reivindicações, a equipe econômica teria de desembolsar R$ 92 bilhões, o equivalente à metade da folha atual de pagamento e 2% do Produto Interno Bruto (PIB). “É impossível. São duas vezes o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano”, comparou a ministra.
Na avaliação do sindicalista Pedro Armengol, coordenador do setor público da CUT, a demora do governo em apresentar uma proposta de reajuste para os servidores é uma “política equivocada” e vem aumentando o movimento grevista. “Não achamos esse discurso coerente. Não é dessa forma que entendemos que se administra a crise”, afirmou.
Bahia
Aqui no estado, a greve dos professores de instituições federais já chega a dois meses e 15 dias. Embora o sindicato nacional da categoria já tenha emitido indicativo de fim da greve, o Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub) decidiu manter a paralisação, na última terça-feira. “Até a próxima terça, decidiremos como fazer uma nova consulta aos professores, se por assembleia ou plebiscito”, disse a diretora da Apub, Silvia Ferreira.
Em negociação com o governo federal, a categoria já conquistou a possibilidade de ascensão salarial sem necessidade de novo concurso para professores titulares e a correção salarial, entre 25% e 44% até 2015, com base nos salários de julho de 2010.
Com a paralisação da Polícia Federal (PF), serviços como a emissão de passaportes e a fiscalização de carga nos portos estão temporariamente interrompidos. “Só estão mantidos casos de urgência. Quem for viajar agora deve levar a passagem junto para pedir o passaporte”, recomendou a presidente do Sindipol-BA, sindicato da categoria no estado, Rejane Teixeira.
No Aeroporto de Salvador, os únicos três agentes de imigração lotados no terminal seguemtrabalhando. “Com o pessoal reduzido, tememos a entrada de terroristas na Copa do Mundo”, diz Rejane. Os PFs também pedem a reestruturação da carreira.
Por sua vez, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fará assembleia na segunda-feira para definir os rumos do movimento. No Porto de Salvador, as greves da PF, PRF, Anvisa e Receita Federal têm provocado atrasos no embarque de cargas de até cinco dias.
Fonte: iBahia
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