Comarca da Cachoeira
já tem novos juízes
Comentário
do Prof. Pedro Borges dos Anjos sobre a decisão do TJ em não mais anexar a
Comarca da Cachoeira à de Maragogipe, também sobre a designação de novos juízes
para o Fórum Teixeira de Fretas
Acompanhei e
prossigo acompanhando de perto a luta do advogado Nélson Aragão Filho, há muito
tempo, com o seu Movimento Cachoeira, Justiça e Paz. A luta pela não extinção
da comarca ou a sua agregação à de Maragogipe é uma vitória do Movimento. A
designação de mais um juiz e de um juiz conciliador, com que a comarca passa a
ser servida por três magistrados, esta determinação do TJ se deve à campanha
levada a público pelo Dr. Nélson Aragão Filho e pelo Dr. Claudio Almeida dos
Anjos, através do Movimento Cachoeira, Justiça e Paz. Entretanto, no Fórum
Teixeira de Freitas da Cachoeira, tudo prossegue com antes, nada funciona, não
se tem conhecimento da produção de sentenças pelo magistrado, nem de
conciliação do novo juiz designado para esta finalidade. Saem, sim, sentenças
para libertar dos cárceres marginais de reconhecida periculosidade, assaltantes
à mão armada, assassinos, os quais voltam a povoar as fortalezas do tráfico na
cidade e região. Vale ressaltar, na linha deste raciocínio, jovens vítimas das
drogas, mas reconhecidamente inofensivos, sadios, alegres, estudantes, tendo
contra si a gravidade do uso de entorpecente, abordados com extrema violência e
espancamento por policiais, em Cachoeira, prosseguem presos passando por
privações, constrangimentos e humilhações, enquanto que os verdadeiros e
temíveis traficantes, fortemente armados, prosseguem em plena liberdade, nas
fortalezas do tráfico, na cidade, comandando assaltos, roubos e assassinatos,
na região. E a autoridade judiciária, MP e juiz, prossegue resistindo expedir o
alvará de soltura dos jovens, em referência, cuja prisão arbitrária e ilegal já
ultrapassa a fase prevista em lei, dando a entender que a qualquer momento os
referidos jovens podem ser recambiados para a penitenciária, em Salvador,
exatamente como se os mesmos fossem iguais aos temíveis lordes das drogas os
quais comandam quartéis sortidos com poderoso armamento municiado para
operações de assaltos, assassinatos, e enfrentamento com a polícia, com que ao
invés de solucionar o problema, tornam-no muito mais grave.
E tudo isso,
sem a manifestação do menor apreço às Ações dos cidadãos de bem, cujos
processos permanecem sem tramitação, sem sentenças dos magistrados, inclusive
as que já cumpriram as solenidades do rito jurídico. Parece evidente que a
designação de mais dois magistrados, com que a comarca passa a ter três
autoridades judiciárias na corte das decisões, só terá sentido caso as mencionadas
autoridades procedam ao julgamento, operacionalizem e produzam sentenças, com
que desobstruirão o grande número de processos que aguardam cumprimento, há
anos acumulados nos arquivos dos cartórios do referido Fórum, exatamente porque
os juízes anteriores, inclusive o atual,
tiveram o mesmo procedimento. A comarca da Cachoeira nunca deixou de ter
juiz. Houve períodos em que também contava com dois magistrados, um para crime
outro para o cível. Na minha visão, o acúmulo de tantos processos tantos anos
sem julgamento, remete a uma estrutura de extrema gravidade, que ainda não foi
investigada na comarca da Cachoeira. Tomara que os juízes designados,
juntamente com o vigente, inseparavelmente unidos, produzam as sentenças
reclamadas, sem retaliações. E façam justiça, corrigindo também os danos
gerados pela dilação!

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