domingo, 16 de fevereiro de 2014

NA BAHIA



Entrevista
Com o novo juiz da comarca da Cachoeira 

Por Tássio Santos, estagiário.

Ouvido pela Reportagem do Jornal O Guarany, o novo juiz da Comarca da Cachoeira, Dr. Gustavo Teles, expôs seu plano para julgar os processos que permanecem há muito tempo nos arquivos dos Cartórios do Fórum Teixeira de Freitas sem tramitação.

Quem é o novo juiz:
Nascido no Piauí e criado no estado do Ceará, o Dr. Gustavo Teles, atualmente, mora na Bahia, com sua família.  Desde novembro de 2012, o Dr. Gustavo Teles é juiz de Direito. Antes do TJ/BA designá-lo para Cachoeira, exerceu a magistratura em Buerarema, durante três meses, sua primeira experiência como juiz.
Até a realização desta entrevista, o Dr. Gustavo Teles ainda não havia ocupado a residência oficial destinada ao Juiz da Comarca, localizada na Praça Ubaldino de Assis, no Jardim Grande, optando por hospedar-se num apart-hotel, na cidade. Assegurou que, nos primeiros meses, pretende organizar todos os processos e estabelecer prioridades para resolvê-los. “Alguns processos merecem atenção especial”, afirma o juiz. Os casos de mais urgência, como alimentação e delitos, vão ser resolvidos primeiro para dar uma sensação de alívio e segurança aos cachoeiranos.

Entrevista:
O Guarany: A criminalidade em Cachoeira se multiplicou assustadoramente nos anos mais recentes, com sucessivos assaltos à mão armada, roubos, furtos, assassinatos, reconhecidamente procedentes e praticados por marginais do tráfico e usuários de drogas. O senhor tem planos para contribuir com o combate à criminalidade dessa natureza? Quais são?
Juiz: Creio que a criminalidade na região tem ligação com o tráfico de drogas, que por sua vez abre a oportunidade para outros tipos de crime. Vou também priorizar esses processos para dar uma sensação de justiça na cidade.

O Guarany: Há pouco tempo, a Polícia Civil da Cachoeira, teve como titular, o delegado Laurindo Neto, o qual agiu com muito rigor, com mão de ferro, combatendo traficantes, homicidas, latrocidas, tendo desmantelado uma das mais fortes estruturas do tráfico de drogas na região, sediada em Cachoeira, medidas que  culminaram com a prisão de inúmeros marginais de alta periculosidade, inclusive do famoso fundador e dirigente do PCI, o marginal assaltante e chefe do tráfico na região, o Júnior, que cumpre pena na Penitenciária Lemos Brito, na capital. Comenta-se que a remoção do mencionado delegado para a cidade de Tucano, se deu devido a excessos de sua autoridade, ao abordar civis, cidadãos de bem, fazendo-os a passar por constrangimentos ao serem abordados. Que relação o novo juiz propõe manter com o atual delegado, com que possa prosseguir no combate à marginalidade?
Juiz: Devido a minha chagada recente,  ainda não tive oportunidade de conhecer o delegado, mas pretendo encontrá-lo, inclusive para conhecer a estrutura da delegacia. Também creio que quanto mais laços estabelecidos entre Ministério Público, Polícia, OAB, melhor para o fortalecimento da segurança no município.

O Guarany: No período em que a juíza Janaína permaneceu na Comarca da Cachoeira, ocupava-se quase que exclusivamente em atender ao expediente da Vara Crime, sua especialidade. Raramente procedia ao julgamento de processos da Vara Cível. A Reportagem do Jornal O Guarany tem informações  que durante o período de permanência da magistrada designada para Vara Crime, o número de marginais soltos excede muito mais ao número de condenados à prisão. Eles são os mesmos que prosseguem assaltando, traficando drogas, assassinando, comandando o crime na cidade e região. Enquanto eles tiveram o privilégio da soltura, causas de homens de bem, de cidadãos reconhecidamente de caráter, permanecem padecendo sem tramitação no cartório cível do Fórum Teixeira de Freitas. O senhor tem planos para corrigir esta flagrante anomalia?
Juiz: Não tenho conhecimento dessas informações sobre a juíza, pelo contrário,  soube que a colega fez um trabalho muito importante na região. E sobre as prisões,  estou mais preocupado em conhecer o contexto em que o criminoso está inserido, entender o que leva ao crime e corrigir a situação. Creio que a população sinta mais segurança quando sabe que o criminoso está preso.
O Guarany: Para finalizar, que mensagem o senhor gostaria de deixar para os segmentos organizados da comunidade da Cachoeira, e para o povo em geral?
Juiz: Primeiro eu queria agradecer pela receptividade que tive e continuo tendo. Também quero dizer que, enquanto eu for juiz, não vai faltar motivação e dedicação para tentar dar uma vazão a esses processos no judiciário de Cachoeira.


*Tássio Santos é universitário do curso de Jornalismo do CAHL/UFRB 
Estagiário do Jornal O Guarany

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