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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

EM XIQUE-XIQUE/BAHIA


Capela de Xique-Xique pode ser tombada pelo Estado

A Capela de Senhora Santana, construída a partir de 1811 - localizada em uma ilha chamada Miradouro, no município de Xique-Xique, e separada desta cidade pelo Porto Santana em um canal do Rio São Francisco - pode ser tombada definitivamente como Patrimônio Cultural pelo Estado da Bahia até 2014. Uma equipe técnica multidisciplinar do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), da Secretaria de Cultura (Secult-BA), já está realizando as pesquisas preliminares. 

Finalizados os estudos será produzido um dossiê com fotos, reportagens, documentos antigos, depoimentos, dentre outros itens, que o IPAC repassará para o Conselho Estadual de Cultura da Bahia (www.conselho.cultura.ba.gov.br) que decidirá sobre aprovação, ou não, do tombamento. Se o CEC aprovar, o dossiê é enviado ao governador para sansão e publicação no Diário Oficial do Estado. 

O IPAC já tinha entregado a notificação de abertura do processo para tombamento quando começaram as pesquisas em junho deste ano (2013) na Câmara Municipal de Xique-Xique, com base na lei Nº 8895, de 16 de dezembro de 2003. A entrega foi realizada pelo arquiteto José Carlos Matta, representando a diretoria geral do IPAC. Estiveram presentes o prefeito da cidade, Alfredo Magalhães, o vice-prefeito, André Teixeira, os secretários de Obras, Carlos Fábio, e de Educação e Cultura, Rodrigo Duarte, o padre Élcio Pinheiro e o ex-prefeito Carlos Santos. 
OBRAS“Mesmo sem o tombamento definitivo, o IPAC já realizou uma ação emergencial em dezembro do ano passado (2012), abrigando os forros artísticos da capela e do camarim do altar-mor”, afirma o diretor de Projetos e Obras do IPAC, Paulo Canuto. As próximas etapas serão obras de estabilização da Capela, já em andamento no IPAC e, em paralelo, a restauração da capela-mor, que contará com a parceria da Prefeitura e da Paróquia de Xique-Xique. 

“Os belos exemplares devem ser conservados pois traduzem a identidade cultural, a memória e o que existe de singular e de único em uma região”, comenta o arquiteto do IPAC, José Carlos Matta, que acompanha as ações do órgão em Miradouro desde o início. Segundo o arquiteto, a cidade detém características remanescentes da arquitetura eclética no início do século passado (XX), e das décadas de 1930, 1940 e 1950. 

Outras informações sobre as ações do IPAC na Igreja do Miradouro são obtidas na Diretoria de Projetos e Obras do IPAC via telefone (71) 3116-6726 ou endereço eletrônico dipro.ipac@ipac.ba.gov.br. Mais dados sobre outros projetos, programas e obras do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br, no facebook Ipacba Patrimônio e no twitter @ipac_ba. 

BOX Opcional 1 – IGREJA com INFLUÊNCIA DO SÉCULO XVII A Igreja de Santana do Miradouro é conhecida por extrapolar os limites municipais e atrair fiéis de fora da cidade. Capela de relevante interesse arquitetônico, sua fachada é simples, limitada por robustos cunhais, com porta central e duas janelas de coro, além de possuir características do século XVII. O interior conserva púlpito com bacia de pedra e guarda-corpo de madeira almofadado, grades de coro e comunhão em treliça, além do retábulo policromado na capela-mor. Só a capela-mor tem forro, em abóbada facetada, com pintura tipo escaiola e pequenos medalhões, além de anjos, jarros e guirlandas. Dois altares em alvenaria ocupam os ângulos do arco cruzeiro na nave. O piso interno é de ladrilhos, com tabuado no coro e lajotas de barro cozido no adro. O frontão – parte da frente – da edificação é semelhante ao da igreja de Trancoso, em Porto Seguro, do mesmo período. As tesourinhas de linha alta e abóbada facetada, elementos típicos do século XVII, só foram encontradas nesta e em igrejas de Jandaíra e de Queimadas. Toda a região é plana com vastos campos de carnaúba. Com área livre nos dois lados, a igreja situa-se entre duas casas da fazenda à qual pertence, e reflete sua fachada nas águas tranquilas do canal. O acesso à ilha é feito através pequenas embarcações que saem do Porto de Xique-Xique. A ilha, muito fértil e piscosa, conserva ainda sua vegetação natural, com árvores e coqueiros que envolvem a capela e lhe conferem um certo ar bucólico. 

BOX Opcional 2 – CRONOLOGIA:
·  Séc. XVII - Quando a região pertencia à Casa da Ponte, surge na ilha de Miradouro, de terras férteis e águas piscosas, o primeiro núcleo de povoação da região, constituído basicamente por pescadores (1).
·  Séc. XVIII - Defronte a este já nos primeiros anos do Setecentos, desenvolvem-se o arraial de Xique-Xique, em terras da Faz. Praia, cuja capela do Senhor do Bonfim foi elevada a sede de freguesia, em 1714 (1, 2). A capela de Santana é, segundo a tradição, o mais antigo templo da região e teria sido construída pelo índio Rubério Dias Muribeca (3).
·  1848/49 - Na lateral do altar lê-se: ''1849 acabou o pintor Fran.co Rib.ro de S.za a pintura desta capela em dia 3ª feira e quarta, 13 de fecº do m.mo anno e a princípio todo este trabalho foi a 1º de junho de 1848. O pintor Fran.co Rib.ro de S.za.''.
·  1976 - Morre o Sr. Tersílio Rocha, dono da propriedade, ficando a fazenda para sua esposa, Clara Leite Rocha, e quatro filhos (3). 

BOX Opcional 3 – XIQUE-XIQUE: É um município está situado à margem direita do Rio São Francisco que abriga um porto de grande importância para economia da região. Seu nome refere-se ao cacto xiquexique, muito comum na região. Durante a administração do Governador Tomé de Souza passou por esta região uma expedição exploradora. No século XVII surgiu a fazenda praia ao Cabo da Ipueira de propriedade do português Theobaldo Miranda Pires de Carvalho. Antes de terminar o século XVII um grupo de garimpeiro da Serra do Assuruá, instalou-se na ilha do Miradouro nascendo ali o 1º núcleo de populacional habitado por europeus. Xique-xique ganhou o título de cidade em 12 de junho de 1928 em ato assinado pelo governador. O município de Xique-xique foi emancipado no período da história brasileira conhecido como “Período das Regências”, Xique-Xique teve um diretório municipal do partido liberal, outro do partido conservador além de um regimento da Guarda Nacional. Desde a emancipação de 06 de junho de 1832 ou a instalação oficial do município com o nome de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Xique-Xique em 23 de outubro de 1834, o município foi administrado pelo poder legislativo. Os vereadores eram em números de 7 e seu mandato era de 2 anos. Quem fosse escolhido pelos colegas para presidente da mesa-diretora da câmara municipal era o responsável pela direção geral do município. Em 1853 foi criada a Comarca de Xique-Xique extinta em 1879 restaurada em 1915. O conselheiro Luís Viana foi promotor de justiça da Comarca de Xique-Xique, entre 1872 e 1878, e um dos proprietários tricentenária fazenda Carnaíba, localizada a sudeste da sede municipal. A partir da proclamação da república, em 1889, e da constituição republicana em fevereiro de 1891, é instituída a figura do intendente que em passa a ser chamado de prefeito. O primeiro intendente municipal de Xique-Xique foi o coronel Gustavo Magalhães Costa. Antes de 1928 (quando a vila foi elevada a cidade), foram intendentes: João Martins Santiago, Ciro Medeiros Borges, José Adolfo de Campo Magalhães, Manoel Teixeira de Carvalho, e outros.


  
Assessoria de Comunicação – IPAC, em 04.10.2013
Jornalista responsável Geraldo Moniz (DRT-BA nº 1498) - (71) 8731-2641
Texto-base: Ulisses Gama (estagiário de jornalismo)
Edição: Silvana Malta (coordenadora de jornalismo - DRT-BA nº 1907)
(71) 3117-6490, 3116-6673, 8371-0304
Facebook: Ipacba Patrimônio
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