Capela
de Xique-Xique pode ser tombada pelo Estado
A
Capela de Senhora Santana, construída a partir de 1811 - localizada em uma ilha
chamada Miradouro, no município de Xique-Xique, e separada desta cidade pelo
Porto Santana em um canal do Rio São Francisco - pode ser tombada
definitivamente como Patrimônio Cultural pelo Estado da Bahia até 2014. Uma
equipe técnica multidisciplinar do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
(IPAC), da Secretaria de Cultura (Secult-BA), já está realizando as pesquisas
preliminares.
Finalizados
os estudos será produzido um dossiê com fotos, reportagens, documentos antigos,
depoimentos, dentre outros itens, que o IPAC repassará para o Conselho Estadual
de Cultura da Bahia (www.conselho.cultura.ba.gov.br) que decidirá sobre
aprovação, ou não, do tombamento. Se o CEC aprovar, o dossiê é enviado ao
governador para sansão e publicação no Diário Oficial do Estado.
O
IPAC já tinha entregado a notificação de abertura do processo para tombamento
quando começaram as pesquisas em junho deste ano (2013) na Câmara Municipal de
Xique-Xique, com base na lei Nº 8895, de 16 de dezembro de 2003. A entrega foi
realizada pelo arquiteto José Carlos Matta, representando a diretoria geral do
IPAC. Estiveram presentes o prefeito da cidade, Alfredo Magalhães, o
vice-prefeito, André Teixeira, os secretários de Obras, Carlos Fábio, e de
Educação e Cultura, Rodrigo Duarte, o padre Élcio Pinheiro e o
ex-prefeito Carlos Santos.
OBRAS
– “Mesmo sem o
tombamento definitivo, o IPAC já realizou uma ação emergencial em dezembro
do ano passado (2012), abrigando os forros artísticos da capela e do camarim do
altar-mor”, afirma o diretor de Projetos e Obras do IPAC, Paulo Canuto. As
próximas etapas serão obras de estabilização da Capela, já em andamento no IPAC
e, em paralelo, a restauração da capela-mor, que contará com a parceria da
Prefeitura e da Paróquia de Xique-Xique.
Outras
informações sobre as ações do IPAC na Igreja do Miradouro são obtidas na Diretoria
de Projetos e Obras do IPAC via telefone (71) 3116-6726 ou endereço eletrônico dipro.ipac@ipac.ba.gov.br. Mais dados sobre outros projetos,
programas e obras do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br, no facebook Ipacba Patrimônio e no
twitter @ipac_ba.
BOX Opcional 1 – IGREJA com INFLUÊNCIA DO SÉCULO XVII – A Igreja de Santana do Miradouro é conhecida por
extrapolar os limites municipais e atrair fiéis de fora da cidade. Capela de
relevante interesse arquitetônico, sua fachada é simples, limitada por robustos
cunhais, com porta central e duas janelas de coro, além de possuir
características do século XVII. O interior conserva púlpito com bacia de pedra
e guarda-corpo de madeira almofadado, grades de coro e comunhão em treliça,
além do retábulo policromado na capela-mor. Só a capela-mor tem forro, em
abóbada facetada, com pintura tipo escaiola e pequenos medalhões, além de
anjos, jarros e guirlandas. Dois altares em alvenaria ocupam os ângulos do arco
cruzeiro na nave. O piso interno é de ladrilhos, com tabuado no coro e lajotas
de barro cozido no adro. O frontão – parte da frente – da edificação é
semelhante ao da igreja de Trancoso, em Porto Seguro, do mesmo período. As
tesourinhas de linha alta e abóbada facetada, elementos típicos do século XVII,
só foram encontradas nesta e em igrejas de Jandaíra e de Queimadas. Toda a
região é plana com vastos campos de carnaúba. Com área livre nos dois lados, a
igreja situa-se entre duas casas da fazenda à qual pertence, e reflete sua
fachada nas águas tranquilas do canal. O acesso à ilha é feito através pequenas
embarcações que saem do Porto de Xique-Xique. A ilha, muito fértil e piscosa,
conserva ainda sua vegetação natural, com árvores e coqueiros que envolvem a
capela e lhe conferem um certo ar bucólico.
BOX Opcional 2 – CRONOLOGIA:
· Séc. XVII - Quando a região pertencia à Casa da Ponte,
surge na ilha de Miradouro, de terras férteis e águas piscosas, o primeiro
núcleo de povoação da região, constituído basicamente por pescadores (1).
· Séc. XVIII - Defronte a este já nos primeiros anos do
Setecentos, desenvolvem-se o arraial de Xique-Xique, em terras da Faz. Praia,
cuja capela do Senhor do Bonfim foi elevada a sede de freguesia, em 1714 (1,
2). A capela de Santana é, segundo a tradição, o mais antigo templo da região e
teria sido construída pelo índio Rubério Dias Muribeca (3).
· 1848/49 - Na lateral do altar lê-se: ''1849 acabou o
pintor Fran.co Rib.ro de S.za a pintura desta capela em dia 3ª feira e quarta,
13 de fecº do m.mo anno e a princípio todo este trabalho foi a 1º de junho de
1848. O pintor Fran.co Rib.ro de S.za.''.
·
1976 - Morre o Sr.
Tersílio Rocha, dono da propriedade, ficando a fazenda para sua esposa, Clara
Leite Rocha, e quatro filhos (3).
BOX Opcional 3 – XIQUE-XIQUE: É um município está situado à margem
direita do Rio São Francisco que abriga um porto de grande importância para economia da região.
Seu nome refere-se ao cacto xiquexique, muito comum na região. Durante
a administração do Governador Tomé de Souza passou por esta região uma
expedição exploradora. No século XVII surgiu a fazenda praia ao Cabo da Ipueira
de propriedade do português Theobaldo Miranda Pires de Carvalho. Antes de
terminar o século XVII um grupo de garimpeiro da Serra do Assuruá, instalou-se
na ilha do Miradouro nascendo ali o 1º núcleo de populacional habitado por europeus.
Xique-xique ganhou o título de cidade em 12 de junho de 1928 em ato assinado
pelo governador. O município de Xique-xique foi emancipado no período da
história brasileira conhecido como “Período das Regências”, Xique-Xique teve um
diretório municipal do partido liberal, outro do partido conservador além de um
regimento da Guarda Nacional. Desde a emancipação de 06 de junho de 1832 ou a
instalação oficial do município com o nome de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de
Xique-Xique em 23 de outubro de 1834, o município foi administrado pelo poder
legislativo. Os vereadores eram em números de 7 e seu mandato era de 2 anos.
Quem fosse escolhido pelos colegas para presidente da mesa-diretora da câmara
municipal era o responsável pela direção geral do município. Em 1853 foi criada
a Comarca de Xique-Xique extinta em 1879 restaurada em 1915. O conselheiro Luís
Viana foi promotor de justiça da Comarca de Xique-Xique, entre 1872 e 1878, e
um dos proprietários tricentenária fazenda Carnaíba, localizada a sudeste da
sede municipal. A partir da proclamação da república, em 1889, e da
constituição republicana em fevereiro de 1891, é instituída a figura do
intendente que em passa a ser chamado de prefeito. O primeiro intendente
municipal de Xique-Xique foi o coronel Gustavo Magalhães Costa. Antes de 1928
(quando a vila foi elevada a cidade), foram intendentes: João Martins Santiago,
Ciro Medeiros Borges, José Adolfo de Campo Magalhães, Manoel Teixeira de
Carvalho, e outros.
Assessoria de Comunicação – IPAC, em 04.10.2013
Jornalista responsável Geraldo Moniz (DRT-BA nº 1498) - (71) 8731-2641
Texto-base: Ulisses Gama (estagiário de jornalismo)
Edição: Silvana Malta (coordenadora de jornalismo - DRT-BA nº 1907)
(71) 3117-6490, 3116-6673, 8371-0304
Facebook: Ipacba Patrimônio
Twitter: @ipac_ba


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