A
Polícia Federal e a Receita Federal deram início hoje (16) a uma
operação com o objetivo de combater fraudes em declarações do Imposto de
Renda da Pessoa Física. Foram presos um servidor da Receita e três
contadores. De acordo com o chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes
Financeiros da Polícia Federal em São Paulo, Rodrigo Sanfurgo, a partir
de informação da Receita Federal foram dois meses de investigação sobre a
organização criminosa.
“O
esquema funcionava com os escritórios que enviavam as declarações de
pessoas físicas fraudadas para a Receita. Essas declarações propiciavam o
não pagamento de tributos ou restituições altíssimas em torno de R$ 10 a
R$ 30 mil”, disse. Segundo ele, quando chegavam à Receita, um auditor
lotado em uma das delegacias da capital paulista as recebia e não
permitia que a declaração fosse analisada, por isso a fraude não era
detectada.
Rodrigo
Sanfurgo informou que com o auditor da Receita foram apreendidos R$ 350
mil. Segundo ele, os envolvidos na fraude são profissionais liberais
com rendimentos altos, dentistas, médicos e advogados, que informavam
valores indevidos de deduções e despesas médicas.
O
corregedor-geral da Receita Federal, Antônio Carlos Costa D'avila
Carvalho, explicou que o contador fazia o contato com o contribuinte e
com o auditor, que explicava como o formulário deveria ser preenchido
para que a fraude não fosse detectada. “O contador negociava a
remuneração com o contribuinte e repassava para o auditor. Havia uma
série de deduções e despesas com base em notas fiscais que nem
existiam”, explicou.
O
corregedor disse que algumas vezes o próprio fiscal fazia as
declarações dos contribuintes e as transmitia de seu computador pessoal.
“O auditor trabalha há algum tempo na Receita, é concursado,
funcionário de carreira.” Foram fraudadas cerca de cinco mil declarações, de 2 mil contribuintes nos execícios de 2010 a 2012.
Fonte: Jornal do Comércio
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