Pastor Djalma de Ogum: Conhecido por defender o ecumenismo, pastor recebe elogios de candomblecistas
O
pastor Djalma Torres, que em 2012 recebeu o prêmio de Direitos Humanos,
da presidente Dilma Rousseff, foi tema de um artigo publicado na coluna
Balaio de Ideias do jornal A Tarde, elogiando seu trabalho em prol da
diversidade religiosa.
Escrito por Jaime Sodré, seguidor do candomblé, o texto elogia o
trabalho do pastor Djalma Torres contra a violência e preconceito entre
as religiões. O artigo traz o controverso título “Pastor Djalma de
Ogum”, misturando o título pastoral com uma nomenclatura destinada a
seguidores do candomblé.
Em seu texto, além de parabenizar a luta do pastor Djalma Torres,
Sodré fala sobre sua presença na comemoração de 35 anos da Igreja
Batista de Nazareth, que teve o pastor como preletor.
- No mínimo estranheza deveria, em outros tempos, causar a visita de
um fiel do candomblé a um templo protestante, mas assim o fizemos por
obediência à orientação de Ebomi Cidália, que recomendava esta salutar
visita para estreitar laços de amizades, enriquecer o conhecimento e
abraçar amigos – afirmou o candomblecista, que ressaltou também a
hospitalidade com que foi recebido na igreja.
- Acolhidos, estávamos em casa, sem restrições ou olhares de
intolerâncias. Só respeito e carinho. Muita luta ocorreu, tendo como
abrigo esta Igreja, contra a ditadura, em favor da democracia plena, dos
direitos humanos, contra as injustiças no campo e na cidade – detalhou.
Jaime Sodré, que é doutorando em História Social e professor
universitário, teceu elogios à atuação social do pastor, que o levou a
receber o prêmio de Direitos Humanos na categoria Diversidade Religiosa.
- Em especial, destacamos a participação solidária na luta contra a
intolerância religiosa, reconhecimento e respeito à diversidade sexual.
Estimulando o dialogo com as paróquias católicas, comunidades
protestantes e movimentos sociais, a Igreja alargava o seu horizonte –
afirmou.
- Na compreensão de que o Reino de Deus é maior do que as suas
paredes, sejam físicas ou mentais’ destacamos a disposição do pastor
Djalma Torres em dialogar, compreender e participar, como militante
ativo, contra as manifestações que vinham de grupos religiosos que, numa
demonstração de inadaptação de uma convivência inter-religiosa,
atacavam o Candomblé – completou Sodré, que explicou também o título
dado ao texto.
- O Pastor Djalma Torres, pela sua seriedade e apoio às nossas
causas, tornou-se um irmão especial, e para retribuir este seu carinho e
solidariedade, o povo-de-santo, reconhecendo a sua coragem,
sinceridade, em um tom alegre, jocoso, mas respeitoso, desejando ter a
honra de integrá-lo em nosso meio, resolveu chamá-lo de Pastor Djalma de
Ogum – explicou o candomblecista.
- Que Ogum lhe dê força e perseverança. Pastor Djalma, de Ogum e de
todos aqueles que têm a chance da sua amizade sincera – finalizou.
Por Dan Martins, para o Gospel+
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