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terça-feira, 23 de outubro de 2012

FEIRA DE SANTANA/BAHIA



Entrevista com Alex Costa, vocalista da banda Oz Black’s

Alex Costa, nasceu em Feira de Santana, um garoto de origem humilde e que está no comando da banda Oz Black’s emplacando seus primeiros sucessos como: Bota a danada da menina no chão, bate uma foto para mim, na esquina não presta, o beco ficou estreito e moda de pivete. Está sendo dessa forma que a banda tem conquistado espaços na micareta de Feira de Santana e Carnaval de Salvador. Suas músicas fazem críticas sociais, aliadas a uma proposta sonora diferenciada com musicas dançantes. Nessa entrevista concedida ao Jornal O Guarany ele fala das suas músicas, das letras que tem gerado polêmicas, da festa que irá realizar na cidade da Cachoeira no dia 02 de dezembro de 2012, da sua infância e muito mais.
  
Jornal O Guarany: Por que o nome da banda Oz Black’s?
Alex Costa: Por que os primeiros componentes da banda, a maioria, seus componentes eram negros e alguns tinham o cabelo Black Power.

Jornal O Guarany: Uma das músicas que está na boca do povo é: “Bota a danada da menina no chão”. De onde veio a inspiração para compor a música?
Alex Costa: A partir de comentários das pessoas que vão para nossos shows. Onde a banda passou a gente escutava: “Aquela danada ali quando começa a dançar vai até o chão”. Então pegamos a ideia e fizemos essa muúica dançante.

Jornal O Guarany: E a música: “Bate uma foto para mim”. Como surgiu?
Alex Costa: (risos). A ideia da música partiu de uma pessoa muito próxima e querida nossa. Ele chegou com uma folha de papel com metade da letra dizendo que queria uma música para uma garota que gostava de máquina fotográfica, de fotografia e de bater foto. Essa história é engraçada porque ele dizia de forma engraçada: “Ela gostava de bater na sala, na cozinha, na escada, em todo lugar queria bater na minha máquina. Ai, perguntamos para ele: “ela gosta de festa e pagode?”. Ele respondeu: “Sim”. Então, terminamos a letra para ele. E onde essa música é tocada, as pessoas se divertem muito.
Jornal O Guarany: O que acontece quando você escuta críticas. Você aceita numa boa?
Alex Costa: Risos. Fazer o quê? Cada um tem sua opinião. Depende muito. Às vezes, as pessoas falam sem saber do que estão falando. Se eu for ligar para tudo que as pessoas pensam, eu não vou viver.
Jornal O Guarany: Duas músicas da banda criaram várias polêmicas recentemente: “o beco ficou estreito” e “na esquina não presta”. São músicas que fazem críticas e ao mesmo tempo tendem conscientizar. O que você pode relatar do ocorrido do último show quando essas músicas foram tocadas?
Alex Costa: Esse é um assunto que estou receoso em falar. Isso por causa do ocorrido. Essas músicas visam conscientizar crianças e jovens de quanto o mundo da criminalidade e suas consequências são ruins. O que aconteceu é que na hora que estávamos saindo da casa de show, quatro pessoas, que já sabemos onde trabalham, vieram para cima do grupo, ofendendo e dizendo que as letras citadas não retratam a realidade. Que era exagero da nossa parte.  
Jornal O Guarany: Você considera exagero defender as expressões que estão nas letras?
Alex Costa: Não é exagero. Nós sabemos a parte da música que incomodou. Em toda área existem bons profissionais, assim como existem profissionais despreparados. E as nossas criticas são para aqueles que são despreparados. Muitos agentes de segurança acreditam que todos os cidadãos de uma favela ou gueto são marginais. Já chegam batendo de forma cruel e chamando as pessoas de vagabundas, os cidadãos de vagabundos. E não pode ser assim.

Jornal O Guarany: Por que a preocupação de contar uma realidade do gueto nas suas músicas?
Alex Costa: Hoje o pagode baiano é tocado para todas as classes. As músicas de protesto e de conscientização visam mostrar uma realidade que as pessoas querem fazer de conta que não existe. Ou então, falam mal das pessoas que moram dentro dos guetos. Não podemos generalizar. A preocupação é avisar e conscientizar.
Jornal O Guarany: Como você define o Gueto e as pessoas que moram lá?
Alex Costa: Como vitimas do sistema. Nós somos ainda muito preconceituosos. Continuar excluindo as pessoas do gueto, falar mal do cabelo grande, chamar as pessoas, cidadãs e cidadãos de vagabundos e pretos, dessa forma eles não  resolvem os problemas sociais. Não é excluindo as pessoas que vamos resolver problemas. Esse comportamento só faz irritar os moradores, e as consequências são gravíssimas, como o aumento da violência, de roubos e mortes. Gueto para muitos é um lugar ruim. Mas, para mim gueto é sinônimo de resistência. Isso porque as pessoas que moram lá são guerreiras. São pessoas que mesmo com todo preconceito e racismo estão lá na luta do dia a dia.
Jornal O Guarany: A banda já tem o repertório pronto para o show do dia 2 de dezembro que acontecerá em Cachoeira?
Alex Costa: Sim. Um repertório atualizado com várias músicas dançantes. O repertório vem com as músicas próprias da banda e as que estão na boca da galera.

Jornal O Guarany: O que o público da Cachoeira e região pode esperar do show de dezembro?
Alex Costa: Risos. O público pode esperar muita animação, vibrações positivas e um show dançante que abalará a estrutura da casa de show.
Jornal O Guarany: Antes de começar sua careira como cantor, quais foram as dificuldades que você passou na vida?
Alex Costa: Comecei a trabalhar muito cedo para ajudar nas despesas da família, perdendo assim a maior parte de minha infância. Mas, dificuldades nós temos a todo o momento. O importante é acreditar em Deus e trabalhar para mudar determinadas coisas.

Jornal O Guarany: No geral você é uma pessoa muito feliz, não é Alex?
Alex Costa: No geral, não. Porque sofro muito com os problemas dos outros. O sofrimento alheio me machuca muito.




5 comentários:

  1. muito boa a entrevista , gostei muito ! :D
    cuirto muito a banda e desejo todo o sucesso e felicidade para o grupo !

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  2. A Banda tem sido considerada umas das melhores de Feira de Santana. Gosto demais!

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  3. Conheço a Banda... realmente uma grande banda!

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