Entrevista com Alex Costa, vocalista da banda Oz Black’s
Alex Costa, nasceu em Feira
de Santana, um garoto de origem humilde e que está no comando da banda Oz
Black’s emplacando seus primeiros sucessos como: Bota a danada da menina no
chão, bate uma foto para mim, na esquina não presta, o beco ficou estreito e
moda de pivete. Está sendo dessa forma que a banda tem conquistado espaços na
micareta de Feira de Santana e Carnaval de Salvador. Suas músicas fazem
críticas sociais, aliadas a uma proposta sonora diferenciada com musicas
dançantes. Nessa entrevista concedida ao Jornal O Guarany ele fala das suas
músicas, das letras que tem gerado polêmicas, da festa que irá realizar na
cidade da Cachoeira no dia 02 de dezembro de 2012, da sua infância e muito
mais.
Jornal O Guarany: Por que o nome da banda Oz Black’s?
Alex Costa: Por que os primeiros componentes da banda, a maioria, seus componentes eram
negros e alguns tinham o cabelo Black Power.
Jornal O Guarany: Uma das músicas que está na boca do povo é:
“Bota a danada da menina no chão”. De onde veio a inspiração para compor a
música?
Alex Costa: A partir de comentários das pessoas que vão para nossos
shows. Onde a banda passou a gente escutava: “Aquela danada ali quando começa a
dançar vai até o chão”. Então pegamos a ideia e fizemos essa muúica dançante.
Jornal O Guarany: E a música: “Bate uma foto
para mim”. Como surgiu?
Alex Costa: (risos). A ideia da música partiu de uma pessoa muito
próxima e querida nossa. Ele chegou com uma folha de papel com metade da letra
dizendo que queria uma música para uma garota que gostava de máquina
fotográfica, de fotografia e de bater foto. Essa história é engraçada porque ele
dizia de forma engraçada: “Ela gostava de bater na sala, na cozinha, na escada,
em todo lugar queria bater na minha máquina. Ai, perguntamos para ele: “ela
gosta de festa e pagode?”. Ele respondeu: “Sim”. Então, terminamos a letra para
ele. E onde essa música é tocada, as pessoas se divertem muito.
Jornal O Guarany: O que acontece quando você escuta críticas. Você aceita
numa boa?
Alex Costa: Risos. Fazer o quê? Cada um tem sua opinião. Depende
muito. Às vezes, as pessoas falam sem saber do que estão falando. Se eu for
ligar para tudo que as pessoas pensam, eu não vou viver.
Jornal O Guarany: Duas músicas da banda criaram várias
polêmicas recentemente: “o beco ficou estreito” e “na esquina não presta”. São
músicas que fazem críticas e ao mesmo tempo tendem conscientizar. O que você
pode relatar do ocorrido do último show quando essas músicas foram tocadas?
Alex
Costa: Esse é um assunto que estou receoso em falar. Isso por causa do
ocorrido. Essas músicas visam conscientizar crianças e jovens de quanto o mundo
da criminalidade e suas consequências são ruins. O que aconteceu é que na hora
que estávamos saindo da casa de show, quatro pessoas, que já sabemos onde
trabalham, vieram para cima do grupo, ofendendo e dizendo que as letras citadas
não retratam a realidade. Que era exagero da nossa parte.
Jornal O Guarany: Você considera exagero defender as expressões que estão
nas letras?
Alex
Costa: Não é exagero. Nós sabemos a parte da música que incomodou. Em toda área
existem bons profissionais, assim como existem profissionais despreparados. E
as nossas criticas são para aqueles que são despreparados. Muitos agentes de
segurança acreditam que todos os cidadãos de uma favela ou gueto são marginais.
Já chegam batendo de forma cruel e chamando as pessoas de vagabundas, os cidadãos de vagabundos. E não pode
ser assim.
Jornal O Guarany: Por que a preocupação de contar uma
realidade do gueto nas suas músicas?
Alex
Costa: Hoje o pagode baiano é tocado para todas as classes. As músicas de
protesto e de conscientização visam mostrar uma realidade que as pessoas querem
fazer de conta que não existe. Ou então, falam mal das pessoas que moram dentro
dos guetos. Não podemos generalizar. A preocupação é avisar e conscientizar.
Jornal O Guarany: Como você define o Gueto e as pessoas que
moram lá?
Alex
Costa: Como vitimas do sistema. Nós somos ainda muito preconceituosos. Continuar
excluindo as pessoas do gueto, falar mal do cabelo grande, chamar as pessoas, cidadãs e cidadãos de
vagabundos e pretos, dessa forma eles não resolvem os problemas sociais. Não é excluindo as pessoas
que vamos resolver problemas. Esse comportamento só faz irritar os moradores, e
as consequências são gravíssimas, como o aumento da violência, de roubos e
mortes. Gueto para muitos é um lugar ruim. Mas, para mim gueto é sinônimo de
resistência. Isso porque as pessoas que moram lá são guerreiras. São pessoas
que mesmo com todo preconceito e racismo estão lá na luta do dia a dia.
Jornal O Guarany: A banda já tem o repertório pronto para o show do dia 2 de dezembro que acontecerá em Cachoeira?
Alex Costa: Sim. Um repertório atualizado com várias músicas dançantes.
O repertório vem com as músicas próprias da banda e as que estão na boca da
galera.
Jornal O Guarany: O que o público da Cachoeira e região pode
esperar do show de dezembro?
Alex Costa: Risos. O público pode esperar muita animação, vibrações
positivas e um show dançante que abalará a estrutura da casa de show.
Jornal O Guarany: Antes de começar sua careira como cantor, quais
foram as dificuldades que você passou na vida?
Alex Costa: Comecei a trabalhar muito cedo para
ajudar nas despesas da família, perdendo assim a maior parte de minha infância.
Mas, dificuldades nós temos a todo o momento. O importante é acreditar em Deus
e trabalhar para mudar determinadas coisas.
Jornal O Guarany: No geral você é uma pessoa muito feliz, não é
Alex?
Alex Costa: No geral, não. Porque sofro muito com os problemas
dos outros. O sofrimento alheio me machuca muito.


muito boa a entrevista , gostei muito ! :D
ResponderExcluircuirto muito a banda e desejo todo o sucesso e felicidade para o grupo !
A Banda tem sido considerada umas das melhores de Feira de Santana. Gosto demais!
ResponderExcluirMuito massa!!
ResponderExcluirmuito bom mesmo continuem assim....
ExcluirConheço a Banda... realmente uma grande banda!
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