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sábado, 5 de novembro de 2011

Cachoeira.Bahia.Brasil



Eu digo não ao fechamento do brega da minha cidade


Estou perplexo com a notícia de que a policia quer fechar o tradicional Brega da minha cidade.É evidente que tenho consciência de que na tradicional Rua do Brega da Cachoeira, de fato, existem agravantes no que diz respeito ao consumo e distribuição de drogas, entretanto, acabar com o Brega não solucionará este problema, em hipótese alguma. Já que ali se concentram usuários e fornecedores de drogas, então, que o setor de inteligência da policia, se é que existe, execute operações e coloque-os atrás das grades. A polícia sabe quem são os traficantes, não prende porque não quer. O que o Brega tem a ver com tudo isso? O que dona Cabeluda tem a ver com isso? Falo de dona Cabeluda, porque a conheço, pessoalmente, trata-se de uma senhora reconhecida pelo seu caráter, independente da escolha do seu "empreendimento comercial". Bem como conheço outros, a exemplo de Daniel. Daniel é dono do brega mais sofisticado, com luzes neon, som de primeiríssima linha, pelo menos era assim, quando lá tomei algumas cervejas em companhia de muitos amigos da minha cidade.Já presenciei, pode parecer estranho, casais de namorados e até de marido e mulher freqüentado o Brega da minha cidade.Tudo bem, estou distante, as coisas mudam, mas tenho absoluta certeza de que a solução do problema não consiste no fechamento do Brega e, sim, na captura e prisão dos responsáveis pelo tráfico de drogas em Cachoeira. Como diria um grande amigo meu, inclusive policial civil, figura impar da instituição, " visitar Cachoeira e não fazer uma visitinha ao Brega é o mesmo que atirar na perna de um marginal. Não tem graça!"
O Brega é um local de descontração. Alguns vêem de forma diferente, é claro, mas, muitos vão ali simplesmente para beber, dançar e jogar conversar fora. Tomar algumas cervejas ao som de Asas Livres, Asas Morenas, Eduardo Costa, Léo Magalhães ou Berto Galeno. Quem não gosta?

Já fui freqüentador do Brega da minha cidade, hoje por está distante, me privo desta satisfação. No tempo em que freqüentava nunca vivenciei, não participei ou patrocinei o consumo ou tráfico de drogas naquele lugar. Sabia que já existia, como existe em outras ruas, consideradas chiques da cidade. Já existia, sim, não com o volume que existe hoje, mas já existia.
Políticos, prefeitos, vereadores, empresários, advogados, policiais, tanto civis quanto militares, os quais são tidos como a nata social da sociedade cachoeirana, e posso dizer que até delegados já freqüentaram e alguns ainda costumam freqüentar o Brega da Cachoeira.
Sem falar das "moças" que ali estão, as quais precisam trabalhar. Muitas têm famílias e filhos e é dali que tiram o sustento. Que me perdoem as cabeças, ou o cabeça deste movimento para fechar o Brega da Cachoeira. Se a idéia partisse de uma denominação evangélica ou católica, eu até compreenderia a intenção, a intervenção, mas vinda de uma instituição programada para programar, para criar estratégias, é medida não corresponde a honra da inteligência da autoridade.
Portanto sou contra ao fechamento do Brega da minha cidade. Que a policia ou quem quer que seja cumpra apenas o seu papel de identificar e prender os traficantes. Fechar o Brega é uma tarefa dos seus freqüentadores, depois das 8 horas da manhã. Afinal de contas as meninas precisam descansar.
Já que estamos falando de traficantes e drogas, já que sem sombra de duvidas, é um dos piores males da atual sociedade, é preciso alertar ao governo do estado, em especial ao ilustre secretário da Segurança Pública, quanto às mudanças ocorridas em Cachoeira após a chegada da Universidade. Portanto é preciso melhor aparelhar as policias e fornecer toda infra-estrutura para que se possa executar de forma correta o seu papel. Delegacia sem agentes, viaturas caindo aos pedaços e cabeças pensantes que não raciocinam, isto é coisa do passado.
As boas intenções de um famoso, saudoso líder político baiano transformou o Pelourinho numa atração internacional, "acabou" com o Brega ali existente, mas não acabou com a comercialização e o consumo de drogas no local. As estatísticas mostram o contrário: o tráfico e consume se multiplicaram.
Pode parecer uma comparação esdrúxula, imaginar que a CAHL da UFRB, em Cachoeira, fosse o Brega, seria inteligente acabar com esta Instituição, para pôr fim ao consumo de drogas, caso ali se comprovasse a existência deste grave hábito? Decididamente, não!
Agora é a hora de mostrar o braço forte do estado e banir os traficantes da minha terra.

Luciano Borges dos Anjos

E-mail: borges170671@yahoo.com.br
São Paulo, 19/10/2011

9 comentários:

  1. Voce tambem concorda com o favorecimento a prostituição? Issa nao me parece coerente partindo da pessoa do editor desse jornal.

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  2. Esclarecemos à leitora ou leitor que postou um comentário expressando incoerência da nossa postura não ter relação com a manifestação do raciocínio sobre o assunto, que não apoiamos absolutamente nada ilegal, como prostituição, jogo do bicho, tráfico de drogas, etc., e tantas outras estruturas que co-existem em determinadas áreas das comunidades. O artigo sobre o assunto “Brega da Cachoeira” não expressa quaisquer relações de nossa parte com tais estruturas. Pastores e sociólogos também raciocinam semelhantes a nós. Não é o brega que gera tráfico ou consumo de drogas. Entendemos que essas contravenções não se extinguem com posturas coercitivas, ameaçadoras, conforme anunciadas. Experiências mostram que ameaças e coerção agem ao contrário, geram resistências, ampliam e fortificam ainda mais os campos dessas contravenções. A forma de extinguir esses males é outra, razão por que o pastor que mantém uma igreja evangélica na mesma área, também se manifestou contrário à extinção da atividade da forma anunciada pelo delegado de policia da cidade.Urge pesquisar as intenções, manifestar-se! O silêncio e a distância nunca solucionaram mal algum.Mais rápido, este artigo pode gerar convencimentos a quem mantém a contravenção do que a ausência, e manifestação da censura e da discriminação, esta, também já proibida de acordo com as solenidades da Lei.

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  3. Sou professora da UFRB. Gostaria de não dizer meu nome, por razões óbvias - para não ser confundida nem discriminada. Já estive algumas vezes com amigas e amigos em dois ambientes do brega de Cachoeira. O comportamento lá é respeitoso. Tudo é bem limpo. Não se fala alto, nem se vê alguém em postura indecorasa com outro ou outra. Podia dizer que será difícil saber quem é prostituta. Vi uma loira, muito bonita, até pensei que fosse uma delas, quando perguntei a um dos amigos que me acompanhavam, ele me respondeu - essa não é prostituta, trata-se de uma professora, diretora de uma escola da rede municipal de ensino que mora aqui na área. Então, concordo com Luciano Borges, só com a presença, com opinião não discriminatória para se promover a transformação, a mudança de postura, a fama negativa do local para criar opiniões verdadeiramente transformadoras. É bom que lá morem pessoas da sociedade. Lá moram, além da professora, um advogado, tem uma médica, tem uma empresária, etc. É preciso que as pessoas saibam afastar o mal com o bem, nunca com o mal da condenação, da censura, da discriminação. Concordo plenamente com Luciano Borges. Parabéns!

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  4. O QUE SERIA DOS LEIGOS, SE NÃO FOSSE OS INTELECTUAIS E ENTENDIDOS.
    O QUE SERIA DOS INTELECTUAIS E ENTENDIDOS, SE NÃO FOSSE OS LEIGOS.
    MUITO PERTINENTE O SEU ARTIGO CARO LUCIANO BORGES.
    COMPREENDE A EXATIDÃO DO TEOR DO TEXTO.
    CONCORDO!
    O FECHAMENTO DO BREGA NÃO ACABARÁ COM O TRAFICO DE DROGAS EM CACHOEIRA, E EM NENHUM OUTRO LUGAR.
    DE FATO É NECESSÁRIA UMA MAIOR MOBILIZAÇÃO POR PARTE DA SOCIEDADE E DOS GOVERNANTES.
    PARABÉNS PELO ARTIGO.

    Paulo Sergio Pinto
    Escritor e Poeta.
    Cruz das Almas. Ba

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  5. Resposta ao anônimo

    Creio que o ilustre anônimo não tenha compreendido o verdadeiro sentido do artigo, entretanto é muito pertinente a sua indagação.
    Sobre o assunto prostituição, estou escrevendo para o próximo artigo, o qual terá como titulo: O que é prostituição para você? Certamente sua opinião será de grande valia para mim. Peço que me envie um e-mail relatando o que você pensa sobre este assunto. Apareça! Não fique no anonimato, sua opinião é importante para a sociedade.
    Voltado a discussão sobre o fechamento do brega da Cachoeira, vale ressaltar que o artigo nada tem a ver com os pensamentos do editor-chefe do Jornal, meu pai. O Jornal O Guarany, como qualquer outro veiculo de informação, tem que ser imparcial.
    Eu não creio que o fechamento do brega irá acabar com o tráfico de drogas em Cachoeira. Você crê nisto? O problema não é o local, e sim a falta de ação dos governantes e da polícia.
    Agradeço a sua intervenção e coloco-me a sua disposição e de toda a sociedade cachoeirana para debater este assunto.

    Um forte abraço.
    Fique com Deus.



    Atenciosamente,


    Luciano Borges dos Anjos
    Coordenador de Produção
    Bonatec - Indústria e Comércio Ltda
    Celular:( 011 ) 7885-7261 ID.Nextel: 55*82*102754
    Fone: ( 011 ) 2705-0922 / 2705-0923 / 2705-9222

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  6. Prezado Luciano Borges,

    Receba os meus cumprimentos pelo artigo em defesa do não fechamento do brega em sua cidade. De fato o brega em si, nada tem haver com o tráfico de drogas.
    Aqui em Itabira, MG, minha cidade natal há anos atrás aconteceu essa intenção por parte de alguns membros da sociedade.
    Aconteceu um confronto de opiniões. E no frigir dos ovos o nosso brega permaneceu aberto. Entretanto vale ressaltar que o motivo aqui em Itabira não foi a trafico de drogas e sim o ciúmes desenfreado de algumas dondocas da sociedade e da igreja, que não sabiam cativar seus maridos, e por esse motivo os mesmos tornaram-se freqüentadores assíduos da mencionada instituição.
    Durante muito tempo eu freqüentei o brega. Gosto de interagir com as pessoas de lugares assim. Antes mesmo de constituir matrimonio eu já era freqüentador e igualmente a você sempre curtir ouvir minhas musicas preferidas e conversar com as mulheres daquele lugar.
    Igualmente aí, o brega daqui era freqüentado pelo prefeito, que sempre chegava de madrugada, em companhia dos seus assessores diretos, bebiam, bebiam e iam embora. Cansei de ver o Dr. Marcelinho Cerqueira, destacado advogado da sociedade adentrar o brega. Cansei de ver o meu professor de história Carlinhos. Sr. Josias, dono da Padaria. Sr. Graciliano, dono do posto de gasolina e tantos e tantos outros, que iam tomavam algumas cervejas e depois iam para suas casas.
    Naquela época eu era novo. Não tinha compromisso conjugal com ninguém. Estudava e nos finais de semana em companhia de alguns amigos da mesma idade passamos horas e horas no Brega de Dezinha.
    Você fez boas referencias a dona Cabeluda e eu faça melhores referencias a Dona Dezinha. A qual sempre me tratou com distinção e presteza.
    É isso aí Sr. Luciano Borges, fiz um breve relato da minha convivência me relação ao brega da minha cidade, muito parecida com a sua.
    Muito em breve irei fazer uma visita a Cachoeira, que por sinal e muito bela e atraente, e certamente visitarei o brega da Cabeluda.
    Parabéns pela defesa deste espaço.
    Parabéns por colocar sua cara a tapa e mostrar que o problema não está no lugar.

    Anselmo Brito de Souza
    ( Anselmo da Funerária )

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  7. Amigo Luciano,

    Sempre acompanhamos as suas escritas no jornal O Guarany. Mas uma vez você surpreende a nós, seus amigos, pela sinceridade de suas convicções.
    Jamais poderíamos imaginar que você fosse freqüentador de um brega. Ficamos surpresos em saber. Discutimos bastante sobre este assunto, depois todos formam unanimes ao compreender o teor do artigo.
    Nós, seus amigos de São Paulo, parabenizamos sua disposição em defesa do brega da sua cidade, e mais, pela firmeza da sua coragem em demonstrar às autoridades os erros a serem corrigidos em sua cidade.
    Conte sempre conosco.
    Adoramos você.
    Parabéns pelo brilhante serviço do jornal O Guarany.

    São Paulo, 09/11/2011

    Diego, Wellington, Paulo, Rodrigo, Rosangela e Adriana

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  8. Caro Luciano,
    Porque não diz os nomes dos frequentadores do brega da sua cidade? Seria bom que todos soubessem.
    Gostei do artigo.
    Grande abraço Luby.

    Moradora do brega

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  9. gostaria do telefone do brega,e do endereço certinho tenho vontade de ir la.

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