Governador se elegeu pedindo perdão por violar painel do Senado e prometendo honestidade
Wanderley Preite Sobrinho, do R7
A revolta da população do Distrito Federal contra o governador José Roberto Arruda (sem partido) é mais do que uma resposta às denúncias de corrupção que tomaram conta dos noticiários. A invasão e depredação da Câmara Legislativa foram as respostas dos manifestantes à sensação de que eles foram traídos por Arruda – de novo.
O ex-democrata conseguiu se eleger em 2006 porque sua campanha foi sustentada por dois pilares. O primeiro foi o reconhecimento da culpa por violar o painel eletrônico do Senado em 2001. O cientista político da UnB (Universidade de Brasília) Leonardo Barreto afirmou ao R7 que Arruda se elegeu porque conseguiu ser “perdoado”.
- O Arruda foi perdoado. Toda a campanha dele para o governo foi "eu errei, eu caí, fiquei cego, mas aprendi e estou pedindo uma segunda chance”. Isso explica a reação da sociedade. Essa foi a traição de um segundo voto de confiança.
David Fleischer, professor emérito da UnB, concorda que o sentimento da população é de ter sido traída duas vezes pelo governador.
- A maioria da população pensa que agora [depois das novas denúncias] acabou. Foi uma nova traição e não vão mais votar nele.
O segundo pilar sustentava a imagem de um gestor competente e moderno pronto para romper com a política populista do antigo governador, Joaquim Roriz (PSC), afundado em denúncias de corrupção, que iam de grilagem a desvio de dinheiro público para financiar sua campanha à reeleição em 2002.
Eleito governador, Arruda distribuiu canetadas para cortar gastos públicos. Ele reduziu as secretarias de 38 para 16 e mudou a sede administrativa do governo para Taguatinga. Os funcionários do primeiro escalão foram colocados para trabalhar em uma única sala e ele ainda demitiu 16 mil funcionários comissionados. Com o dinheiro que sobrou, transformou Brasília em um canteiro de obras.
O resultado se traduziu em altos índices de aprovação. Em outubro – um mês antes de estourar o escândalo –, uma pesquisa do Instituto Logos Pesquisas Políticas e Econômicas dava a Arruda 62% das intenções de voto entre a camada mais rica do eleitorado.
Esse índice era ainda maior um ano antes, principalmente entre os estudantes. Segundo o Instituto Soma Opinião & Mercado, a aprovação de Arruda em outubro de 2008 era de 88% entre os universitários, justamente quem lidera o “Fora Arruda”.
Questionado se a aprovação do governo Arruda foi uma vitória do “rouba mais faz” – slogan usado pelos políticos Ademar de Barros e Paulo Maluf -, Fleishcer afirma que o escândalo representa um paradoxo.
- Arruda começou enxugando as coisas do Roriz, cortando tudo. Fazia um governo pragmático, principalmente no sistema viário. Os escândalos são uma continuidade do governo Roriz e alimentam a descrença da população para tentar inibir a corrupção.
Colaborou Mônica Aquino, do R7
O ex-democrata conseguiu se eleger em 2006 porque sua campanha foi sustentada por dois pilares. O primeiro foi o reconhecimento da culpa por violar o painel eletrônico do Senado em 2001. O cientista político da UnB (Universidade de Brasília) Leonardo Barreto afirmou ao R7 que Arruda se elegeu porque conseguiu ser “perdoado”.
- O Arruda foi perdoado. Toda a campanha dele para o governo foi "eu errei, eu caí, fiquei cego, mas aprendi e estou pedindo uma segunda chance”. Isso explica a reação da sociedade. Essa foi a traição de um segundo voto de confiança.
David Fleischer, professor emérito da UnB, concorda que o sentimento da população é de ter sido traída duas vezes pelo governador.
- A maioria da população pensa que agora [depois das novas denúncias] acabou. Foi uma nova traição e não vão mais votar nele.
O segundo pilar sustentava a imagem de um gestor competente e moderno pronto para romper com a política populista do antigo governador, Joaquim Roriz (PSC), afundado em denúncias de corrupção, que iam de grilagem a desvio de dinheiro público para financiar sua campanha à reeleição em 2002.
Eleito governador, Arruda distribuiu canetadas para cortar gastos públicos. Ele reduziu as secretarias de 38 para 16 e mudou a sede administrativa do governo para Taguatinga. Os funcionários do primeiro escalão foram colocados para trabalhar em uma única sala e ele ainda demitiu 16 mil funcionários comissionados. Com o dinheiro que sobrou, transformou Brasília em um canteiro de obras.
O resultado se traduziu em altos índices de aprovação. Em outubro – um mês antes de estourar o escândalo –, uma pesquisa do Instituto Logos Pesquisas Políticas e Econômicas dava a Arruda 62% das intenções de voto entre a camada mais rica do eleitorado.
Esse índice era ainda maior um ano antes, principalmente entre os estudantes. Segundo o Instituto Soma Opinião & Mercado, a aprovação de Arruda em outubro de 2008 era de 88% entre os universitários, justamente quem lidera o “Fora Arruda”.
Questionado se a aprovação do governo Arruda foi uma vitória do “rouba mais faz” – slogan usado pelos políticos Ademar de Barros e Paulo Maluf -, Fleishcer afirma que o escândalo representa um paradoxo.
- Arruda começou enxugando as coisas do Roriz, cortando tudo. Fazia um governo pragmático, principalmente no sistema viário. Os escândalos são uma continuidade do governo Roriz e alimentam a descrença da população para tentar inibir a corrupção.
Colaborou Mônica Aquino, do R7
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