sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Renan interrompe férias para garantir afilhado na Petrobras

Senador teme que presidente da Transpetro, Sérgio Machado, esteja na lista dos demissíveis na nova gestão da estatal

Renan Calheiros, senador (PMDB-AL)

Renan Calheiros, senador (PMDB-AL) (Dida Sampaio/AE)

Nervoso com a sinalização de que seu afilhado na presidência da Transpetro, Sérgio Machado, está na lista dos demissíveis da Petrobras, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), interrompeu as férias do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para criar uma frente pelo apadrinhado e apresentar seu arsenal de retaliação.

Lobão, que está nos Estados Unidos, informou que nem a presidente Dilma Rousseff nem qualquer outro integrante do governo o procurara para falar de Transpetro. Da mesma forma, o vice-presidente Michel Temer também garantiu ao líder que a Transpetro está fora do radar das "mexidas" do Planalto. Ainda assim, o clima é de desconfiança e a única certeza é de que a eventual demissão de Machado abalaria a governabilidade no Senado.

Diferentemente da Câmara, onde o governo tem aliados e votos de sobra para aprovar seus interesses e barrar os problemas criados pela minguada oposição, a maioria governista entre os senadores é estreita. Ninguém tem dúvidas de que, sem o apoio do PMDB liderado por Calheiros, o governo não terá sossego no Senado.

A avaliação predominante no partido é de que, para tirar Machado da cadeira, só se houvesse a comprovação de um ato que o desabonasse como presidente da Transpetro. Mas um dirigente do PMDB diz que é preciso ficar alerta, "porque onde tem fumaça, há fogo".

Além de Machado, também figura na lista dos demissíveis do PMDB o superintendente da Sudene, Guilherme Rebouças, afilhado do ex-ministro da Integração nacional e atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima.

"Podem trocar. Comigo não tem crise nenhuma. A Sudene tem um superintendente técnico, um engenheiro que era do governo Jaques Wagner (Bahia) e foi nomeado por mim", disse Geddel ao Estado, destacando que fez uma nomeação administrativa para o cargo, na condição de ministro, e não uma indicação política.

(Com Agência Estado)

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